Gaza - O primeiro-ministro palestino Rami Hamdallah pediu nesta quarta-feira (25/3), durante conturbada visita a Gaza, que as facções palestinas deixem de lado as diferenças.
Esta é a segunda visita de Hamdallah a Gaza desde que assumiu o cargo, em junho de 2014, à frente de um governo de unidade - resultado de um acordo de reconciliação entre os partidos rivais do Hamas e do Fatah, pouco eficaz na prática.
O acordo de reconciliação colocaria fim a anos de disputa, desencadeada pela tomada de controle Gaza pelo movimento islâmico Hamas, em 2007.
"Viemos aqui para reforçar a reconciliação nacional e reiniciar o diálogo com todas as facções palestinas", disse Hamdallah em coletiva de imprensa em Gaza, onde deveria se reunir com autoridades do Hamas.
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Ele prometeu que a Autoridade Palestina, com base na Cisjordânia e dominada pelo partido Fatah, do presidente Mahmud Abbas, iria pagar os salários dos milhares de funcionários públicos recrutados pelo Hamas desde 2007.
Hamdallah, contudo, não foi bem recebido durante a visita. Na coletiva de imprensa, dezenas de manifestantes gritavam pedindo sua saída: "vá embora Hamdallah"
Os manifestantes empunhavam cartazes onde se lia: "Aqueles que cercam Gaza não são bem-vindos", um slogan que sugere que a Autoridade Palestina teve um papel-chave no bloqueio israelense ao enclave palestino.
A última visita de Hamdallah datava de outubro e teve como objetivo mostrar a unidade palestina a alguns dias de uma conferência de doadores internacionais no Cairo.
A devastadora guerra travada em julho e agosto de 2014 por Israel em Gaza e os conflitos em torno do pagamento de funcionários do Hamas bloquearam qualquer progresso na implementação do acordo de reconciliação de abril de 2014.