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Copiloto do Airbus A320 era jovem normal e competente, segundo conhecidos

De acordo com informações oficiais divulgadas por autoridades, não há indícios da motivação por trás do ocorrido

Montabaur - Descrito por pessoas próximas como um profissional muito competente e sonhador, o copiloto alemão suspeito de provocar a queda do A320 da Germanwings nos Alpes franceses com outras 149 anos era um homem de 28 anos aparentemente sem problemas.

"Um jovem normal, de bem com a vida, que não fazia nada que saísse do normal. Ele era muito competente", relata à AFP Klaus Radke, de 66 anos presidente do clube de aeronáutica de Montabaur, pequena cidade do oeste da Alemanha.

Andreas Lubitz, suspeito de ter provocado o acidente de terça-feira (24/3), ainda vivia parte do tempo na casa dos pais, que moram em Montabaur.

A casa foi cercada nesta quinta-feira (26/3) por um cordão policial e revistada.

Os vizinho descrevem um jovem que gostava de praticar corrida de rua, junto com o irmão mais novo e a namorada, conquistando até alguns resultados expressivos em competições locais.

Curso interrompido
"Ainda não posso nem quero acreditar. Estou muito chocado. Cruzava pouco com ele, mas era sempre muito educado e simpático. Não sei se ele estava depressivo ou doente, mais nunca houvi falar em problemas da parte dele ou de sua família", relata Johannes Rossbach, de 23 anos.

De acordo com a Lufthansa, matriz da Germanwings, Andreas Lubitz integrou em 2008 o curso de capacitação de pilotos da companhia alemã em Bremen, no noroeste do país, e se formou em 2012, antes de ser contratado em 2013.

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Quando não estava em Montabaur, morava num apartamento em Düsseldorf, base da companhia Germanwings, que fazia a conexão para cidades como Barcelona, de onde era oriundo o voo que deixou 150 mortos.

Lubitz tinha 630 horas de voo, e conseguiu em 2013 a certificação da Agência Federal Americana de Aviação Civial (FAA), de acordo com o site especializado "Aviation business gazette".

A Lufthansa revelou que o copiloto tinha sido submetido a testes psicológicos previstos no curso, e chegou a interromper sua formação "por alguns meses". A direção da companhia alegou não poder comunicar o motivo desta interrupção.

"Ele era 100% apto para pilotar, seu desempenho era irretocável, nem que qualquer anomalia seja detectada", insistiu Carsten Spohr, presidente da Lufthansa.

"Não há nenhum indício sobre o que pode ter levado ele a cometer este ato horrível", resumiu.

Sem contexto terrorista

O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizi;re, garantiu que não há "indícios de um contexto terrorista" em Lubitz.

Num comunicado de pêsames divulgado depois do acidente, mas antes de suspeitas de um acidente provocado intencionalmente, o clube de aeronáutica de Montabaur exaltava a paixão do jovem alemão pelo voo em planadores.

"Ao se tornar piloto profissional, realizou seu sonho, mas o sonho lhe custou caro, custou-lhe a vida", publicou o clube no seu site.

Desde as revelações da investigação, o site está fora do ar.

De acordo com o presidente do clube, Andreas Lubitz começou a pilotar há 14 ou 15 anos e ainda tinha realizado as horas de voo necessárias no ano passado para manter sua licença de piloto de planador.

"Era um rapaz muito gentil, engraçado, e educado", lembrou Klaus Radke, visivelmente abatido.

O outro piloto do A32O, o comandante, não foi oficialmente identificado. Ele trabalhou para as companhias alemãs Condor e Lufthansa antes de ser contratado pela Germanwings em maio de 2014.

Com mais de 10 anos de experiência de voo no grupo Lufthansa e mais de 6.000 horas de voo, passou a maior parte de sua carreira em aparelhos do tipo Airbus.

Segundo o jornal alemão Bild, ele se chamaria Patrick S. e seria pai de dois filhos.