Agência France-Presse
postado em 26/03/2015 18:17
O braço sírio da Al-Qaeda conseguiu expulsar as forças do regime sírio de vinte postos de controle localizados ao redor de Idleb, cidade-chave do noroeste, durante três dias de combates que deixaram 71 mortos, indicou nesta quinta-feira uma organização não governamental.Desde o início de sua ofensiva, na terça-feira (24/3), a Frente al-Nosra, apoiada por Ahrar al-Cham e por outros grupos islamitas, tomou 17 postos de controle e posições do exército sírio e das milícias leais ao regime nos arredores da cidade, forçando-os a recuar", indicou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Rahman citou testemunhas na zona que viram os veículos do exército deixarem o local.
A província de Idleb, fronteiriça com a Turquia, está majoritariamente sob controle da Frente al-Nosra, o braço da Al-Qaeda na Síria, com exceção de sua capital homônima, controlada pelo regime.
Se a cidade cair será a segunda capital provincial, depois de Raqa (leste), a passar para as mãos dos rebeldes desde o início da guerra, há mais de quatro anos.
A tomada das represas "obrigou as forças do regime a instalarem novas barragens e barricadas dentro da cidade", disse Abdel Rahman.
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Apesar da violência do bombardeio da al-Nosra, as forças do regime "estão tentando retomar a iniciativa", afirmou, acrescentando que a luta ainda ocorria na entrada da cidade nesta quinta-feira.
Os confrontos mataram 37 do lado rebelde e 34 do lado legalista em três dias, segundo novo balanço do OSDH. Entre os atacantes, o número dois do grupo Ahrar al-Sham, o sírio Youssef Qutb, foi morto.
Ahrar al-Sham, um dos principais grupos armados islâmicos a tomarem parte no conflito na Síria, é o principal aliado da al-Nosra dentro desta coalizão autodenominada "Exército de conquista".
Nesta quinta-feira, o grupo lançou um vídeo no qual seu líder religioso, o xeque Abu Mohammad al-Sadeq, pede aos moradores de Idleb para ;fugirem; das posições dos ;chabbihas; (os bandidos do regime) e juntarem-se à luta contra Damasco.
Em novembro passado, a al-Nosra dirigiu vários grupos rebeldes na província. Tal como seu rival jihadista Estado Islâmico (EI), que proclamou um "califado" entre Síria e Iraque, a Frente pretende fundar um "emirado" no norte da Síria, segundo analistas.
Além disso, no sul do país, pelo menos 22 pessoas, incluindo quatro crianças, foram mortas em ataques aéreos do regime em Deraa, segundo o OSDH.
Mais de 215.000 pessoas foram mortas no conflito sírio desde março 2011, quando uma revolta popular foi violentamente reprimida e desencadeou uma guerra civil devastadora.
A guerra tornou-se mais complexa com a ascensão de jihadistas como o EI, que tomou grandes partes do território.