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Justiça inocenta Amanda Knox do homicídio de britânica

Após mais de dez horas de deliberações em Roma, os juízes da mais alta instância judicial italiana consideraram que o casal não cometeu o crime

Agência France-Presse
postado em 27/03/2015 21:09
A americana Amanda Knox e seu ex-namorado italiano Raffaele Sollecito foram absolvidos, de forma definitiva, pela Corte de Cassação italiana no caso do assassinato da estudante britânica Meredith Kercher, em 2007, um desfecho inesperado para um drama legal que se arrastou por oito anos.

Depois de mais de dez horas de deliberações em Roma, os juízes da mais alta instância judicial italiana consideraram que o casal não cometeu o crime, embora uma Corte de Apelações os tenha condenado em janeiro de 2014.

"Falei com Amanda e lhe comuniquei que foi absolvida definitivamente. É claro que está muito feliz", afirmou seu advogado, Carlo Dalla Vedova.

"Por fim, o erro foi corrigido pela Corte de Cassação", acrescentou.

Após o anúncio do veredito, Amanda disse estar "tremendamente aliviada e agradecida pela decisão da Suprema Corte da Itália".

"Saber que eu era inocente me deu forças nas horas mais sombrias", completou a jovem, que está em Los Angeles.

A advogada de Sollecito, Giulia Bongiorno, reagiu, declarando "sim, sim, sim", e abraçou um de seus colegas.

"Você nunca via Raffaele suplicando, ou rezando. Ele foi uma rocha", comentou Giulia, acrescentando que "ele está em casa com o pai e está muito feliz".

Depois de um processo em primeira instância, dois processos de Apelação e uma primeira decisão da Corte de Cassação, o espetacular veredito foi recebido com gritos de alegria pelos advogados dos dois acusados.

"Isso vai além das minhas expectativas mais loucas. Estou muito contente por Amanda. Ela vai recuperar sua vida finalmente. Sempre clamou sua inocência", disse aos jornalistas um dos advogados da americana, Luciano Girgha.

A mãe da vítima, Arline Kercher, disse estar "surpresa" e "muito chocada" com o veredito. Ela considerou "estranha" a decisão da Corte italiana, diante das condenações anteriores dos réus.

Amanda e Sollecito foram condenados pela segunda vez no ano passado, acusados de participarem do brutal assassinato de Kercher, com quem a americana, então com 20 anos, dividia a casa na cidade universitária de Perúgia.

O corpo da jovem Meredith, de 21 anos, foi encontrado seminu com a garganta cortada e 47 punhaladas, no apartamento que dividia com Knox. A necropsia apontou que a estudante de Leeds (norte da Inglaterra) também foi estuprada.

Os protagonistas do caso, jovens estudantes que passavam uma temporada na cidade universitária de Perúgia (centro da Itália), envolveram o marfinense Rudy Guede, um traficante de drogas local, naquilo que a acusação considerou inicialmente como uma orgia sexual da qual a britânica se negou a participar.

Em um julgamento sumário, Rudy Guede foi condenado a 16 anos de prisão.

Amanda Knox, de 27 anos, sempre prometeu que lutaria "até o fim" para provar sua inocência. Praticamente uma sub-celebridade nos Estados Unidos, com seu rosto angelical e os grandes olhos azuis, a jovem acaba de anunciar seu casamento com um rapaz que conhece desde os tempos do colégio.

A americana acaba de concluir seus estudos na Universidade de Washington, em Seattle (oeste dos EUA), e trabalha em uma livraria.

Ela retornou para os EUA em 2011 e disse que não voltaria para a Itália por vontade própria depois de passar quatro anos atrás das grades em 2009. Nessa época, Amanda e Raffaele foram condenados em primeira instância, a 26 e 25 anos de prisão, respectivamente, por esse crime.

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