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Condições dos corpos dificultam identificação de vítimas de acidente aéreo

Declive e as condições dos corpos dificultam as operações do voo A320 da Germanwings

Agência France-Presse
postado em 28/03/2015 13:27 / atualizado em 07/12/2020 12:37

Investigadores trabalham em detritos espalhados no local do acidente do Airbus A320 Germanwings que caiu nos Alpes franceses 

 

Seyne-les-Alpes - As equipes de resgate se esforçam para reunir elementos para a identificação das vítimas do voo A320 da Germanwings que caiu nos Alpes franceses, mas o declive e as condições dos corpos dificultam as operações - afirmou um oficial da polícia civil. "O desastre aéreo causou danos graves e não encontramos um corpo intacto ... Nós encontramos elementos de corpos e restos biológicos".

O coronel Patrick Touron, vice-diretor do instituto de investigação criminal da polícia civil francesa é contundente: a identificação dos corpos das 150 pessoas vai ser complicada. O primeiro obstáculo é o terreno. "Temos declives de 40, 60 graus, desprendimentos de rochas (...), com um solo argiloso (rocha sedimentar)" que apresenta um risco para os investigadores e equipes enviados ao local.

"Como a segurança é o ponto chave, os procedimentos de levantamento são um pouco longos", explicou o coronel Touron. Trata-se de evacuar de helicóptero os restos humanos encontrados e em seguida enviá-los para um laboratório da cidade de Seynes, cerca de dez quilômetros de distância, onde a polícia tentar extrair o maior número possível de informações.

 

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Neste laboratório, em um lugar até agora mantido em segredo, "cinquenta médicos legistas, dentistas forenses, a polícia que trabalha na identificação, técnicos de investigação criminal" estão mobilizados "para devolver os corpos das vítimas para seus parentes o mais rapidamente possível", garantiu o coronel Touron.

Em tais circunstâncias, e "dada a deterioração dos corpos", qualquer elemento pode ser útil: registros digitais ou odontológicos, joias... "Em caso de catástrofe, tradicionalmente 90% das identificações feitas pelos dentes", do DNA. "É um elemento importante para efeitos de identificação, tendo em conta a natureza da deterioração dos corpos", insistiu o coronel. Cerca de "400 a 600 elementos estão sendo tratados" desde o início da busca de restos mortais.

Depois de coletado, o DNA é enviado para Rosny-sous-Bois, na periferia de Paris, "para obter um perfil de DNA que será comparado aos da família", obtido a partir da coleta de amostras de saliva. O coronel explicou que o procedimento normal é seguido em tais casos. A novidade "é necessitar de um helicóptero para chegar até o lugar e de um montanhista anexado ao pesquisador, assim como a transferência de itens coletados para uma plataforma que é então transportada por helicóptero e trazida até aqui".

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