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Direita vence eleições regionais francesas, a dois anos das presidenciais

Primeiras estimativas de institutos de pesquisa indicam ampla vitória da oposição de direita nas eleições regionais francesas



Com a implantação confirmada da extrema direita na política francesa, caracterizada durante décadas por uma rivalidade entre esquerda e direita, o país entrou no tripartidarismo, um fenômeno duradouro, segundo o cientista político Pierre Martin. O eleitorado, "cada vez mais polarizado em relação à imigração, à insegurança e ao sentimento de declínio econômico da França", acredita que "os partidos estabelecidos falharam e já não são confiáveis", explicou o especialista, citado pelo jornal "Le Parisien".

Valls afirmou hoje que os resultados da FN significam "uma transformação duradoura no cenário político francês. Os resultados bastante significativos da extrema direita representam, mais do que nunca, um desafio para todos os republicanos", afirmou.

Já Marine Le Pen citou hoje o "nível eleitoral excepcional" da FN, assinalando que o mesmo constitui "a base de grandes vitórias futuras", confirmando suas ambições presidenciais. "O fato histórico após estas eleições é o estabelecimento da FN como força política poderosa em vários territórios."

Os partidos situados à esquerda do PS, críticos do guinada liberal na política econômica dada pelo governo Hollande, atribuíram ao mesmo a responsabilidade pelo resultado de hoje. Para o secretário nacional do Partido Comunista Francês, Pierre Laurent, "os eleitores voltaram a expressar seu rechaço à política do governo".

Jean-Luc Mélenchon, dirigente do Partido de Esquerda, defendeu uma "nova aliança popular" para as futuras eleições, pedindo que não deixem que Hollande e Valls "reduzam a nada a bela ideia progressista de esquerda".