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Encerra nesta terça prazo para Irã e P5+1 decidirem sobre programa atômico

O Irã e as potências do grupo P5%2b1 devem chegar a um consenso sobre o programa atômico de Teerã. EUA admitem "questões difíceis". Duração do pacto e sanções estão entre principais entraves

postado em 31/03/2015 06:07

Após meses de encontros e de diálogos, o prazo para a conclusão das negociações sobre o programa nuclear iraniano chega ao fim hoje. Enquanto diplomatas do grupo P5%2b1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha) tentam impedir que Teerã desenvolva condições de fabricar uma arma atômica, a República Islâmica ; que nega qualquer finalidade militar para o projeto nuclear ; pede a queda das sanções que estrangulam sua economia. Reunidos ontem na cidade suíça de Lausanne, diplomatas envolvidos na negociação afirmaram que ainda existiam divergências para a assinatura de um acordo. ;Ainda há questões difíceis;, admitiu John Kerry, secretário de Estado americano. O chanceler Mohammad Javad Zarif, líder da delegação iraniana, disse acreditar que as partes poderiam ;fazer o progresso necessário para resolver todos os temas;.

Os atores engajados na negociação têm até a meia-noite de hoje (19h em Brasília) para concluir os trabalhos. A data foi estabelecida pelos próprios negociadores, depois de estenderem o prazo para a conclusão do processo, em novembro passado. Em entrevista à rede de televisão CNN, Kerry afirmou que a delegação dos Estados Unidos pretendia trabalhar durante a noite e nas horas remanescentes de hoje. ;Todos sabem o significado desse dia;, lembrou.

Os chanceleres do P5%2b1 e do Irã se reuniram por pelo menos duas vezes durante o dia de ontem. Depois de um desses encontros, fontes ocidentais afirmaram à imprensa que algumas questões permaneciam em aberto. Segundo a agência de notícias France-Presse, um dos pontos de divergência seria a duração do acordo ; o P5%2b1 deseja que o controle das atividades nucleares iranianas dure pelo menos 15 anos, e Teerã não estaria disposto a se comprometer por mais de 10 anos.

O regime iraniano também deseja que as sanções econômicas impostas contra o país sejam derrubadas assim que o acordo for assinado. As potências, porém, defendem a retirada gradual dos embargos adotados a partir de 2006 pelo Conselho de Segurança da ONU. Alguns países do P5%2b1 ainda trabalham na implementação de um mecanismo que permita o rápido retorno das sanções, em caso de descumprimento do acordo por parte de Teerã. ;Não pode haver acordo se não for encontrada uma resposta a essas questões;, observou a fonte.

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