Mundo

Distrito de Tóquio é o primeiro a reconhecer casais homossexuais no Japão

Gays esperam que o movimento se espalhe por todo o Japão e que o debate sobre esta questão ganhe força no país

Agência France-Presse
postado em 31/03/2015 10:24
Casal Hiroko Masuhara e Koyuki Higashi sorreim após aprovação de uniões homossexuais no distrito de Shibuya, Tóquio

Tóquio, Japão - Um distrito de Tóquio votou nesta terça-feira (31/3) uma resolução para autorizar a união de casais homossexuais, um projeto inédito de reconhecimento simbólico no arquipélago, onde a Constituição proíbe os casamentos entre pessoas do mesmo sexo.



As autoridades do distrito de Shibuya, conhecido por abrigar várias empresas jovens, embaixadas e locais movimentados (lojas, bares, restaurantes), esperam poder emitir os primeiros certificados este verão.

Muitos ativistas viajaram para testemunhar este momento histórico.

"Eu estou feliz", disse Hoyuki Higashi, ex-atriz da Takarazuka Revue, uma famosa trupe de teatro formada exclusivamente por mulheres.

"Espero que este movimento se espalhe por todo o Japão e que o debate sobre esta questão ganhe força", disse a jovem, que apresentará um pedido para formalizar seu relacionamento com sua namorada, Hiroko Masuhara, após a realização de uma cerimônia de casamento informal em 2013, na Disney.

O objetivo da iniciativa é promover a diversidade e igualdade, apesar de o certificado não ter valor jurídico.

A decisão foi aprovada por maioria dos membros do Conselho Municipal, com a exceção do Partido Liberal Democrático (PLD, de direita) do primeiro-ministro Shinzo Abe.

Vozes críticas se fizeram ouvir entre a sociedade civil e algumas associações temem que tais decisões "acentuem ainda mais a baixa taxa de natalidade no Japão".

Outras autoridades, como o distrito vizinho de Setagaya ou a cidade de Yokohama, perto de Tóquio, também mostrou seu desejo de reconhecer os casais gays.

A lei japonesa estipula que o casamento só é legítimo entre pessoas de sexo oposto.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação