Washington - A comissão investigadora da Câmara de Representantes sobre os ataques ao consulado dos Estados Unidos em Benghazi, dirigida pelos republicanos, convidou nesta terça-feira Hillary Clinton a explicar o uso exclusivo de um servidor privado para enviar e receber e-mails quando era secretária de Estado.
Num momento em que se espera que anuncie sua candidatura para as primárias democratas, Hillary Clinton foi convocada a uma conversa que não parece que vá se tornar pública, mas que será transcrita, escreveu o republicano Rey Gowdy, presidente da comissão Benghazi, em uma carta ao advogado de Hillary Clinton, David Kendall.
[SAIBAMAIS]
Gowdy advertiu que Hillary criou um "arranjo original consigo mesma no que se refere aos registro públicos" enquanto era secretária de Estado, caracterizado como um arranjo "altamente incomum, quando não sem precedentes".
"Uma vez que tenhamos a razoável garantia de que todos os documentos guardados e controlados pela secretária (de Estado) e vinculados com o que aconteceu antes, durante e depois dos ataques de Benghazi foram entregues à comissão, estaremos em condições de planejar sua presença em uma audiência pública", acrescentou Trey Gowdy.
Hillary Clinton admitiu que usou um único e-mail -- hdr22@clintonemail.com --, administrado por um servidor privado, quando era a responsável pela diplomacia americana, entre janeiro de 2009 e 1 de fevereiro de 2013.
Na última sexta-feira confirmou que todas as mensagens enviadas ou recebidas durante este período haviam sido transferidas em dezembro ao departamento de Estado para seu arquivamento (cerca de 30.000) ou apagadas porque eram de caráter pessoal (cerca de 32.000).
Hillary Clinton proibiu que seu servidor fosse examinado pelo inspetor geral do departamento de Estado, como exigiam os republicanos, que suspeitam que algumas das mensagens apagadas estejam relacionadas ao seu desempenho como secretária de Estado.
A comissão investiga o ataque contra a missão diplomática americana em Benghazi, Líbia, em setembro de 2012, durante o qual quatro americanos morreram.