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Islamitas atacam universidade do Quênia e deixam ao menos 147 mortos

Ministério do Interior informou que um suspeito de participação no ataque foi detido durante uma tentativa de fuga

Agência France-Presse
postado em 02/04/2015 07:56

Forças de segurança tomam posição em estrada próxima ao campus da universidade
Garissa -Pelo menos 147 pessoas, em sua maioria estudantes, foram mortos nesta quinta-feira no ataque realizado por islamitas shebab contra a Universidade de Garissa, no leste do Quênia, de acordo com um novo balanço fornecido pelo Centro Nacional de Gestão de Desastres (NDOC).

A operação conduzida pelas forças de segurança quenianas para recuperar o controle da Universidade, invadida na madrugada, está "terminada (e) os quatro terroristas foram mortos", indicou o NDOC, quase 16 horas após o início do ataque nessa cidade localizada a 150 km da fronteira com a Somália.

O balanço oficial anterior era de cerca de 70 mortes.


Em conta do Twitter, Nkaiserry postou um aviso com a foto de Mohamed Mohamud, suspeito de ter ligação com o ataque. O anúncio oferece uma recompensa de 20 milhões de xelins quenianos , cerca de 215 mil dólares .


Além disso, as forças de segurança quenianas mataram quatro criminosos e eliminaram "90% da ameaça", acrescentou o funcionário, mostrando-se prudente sobre eventuais criminosos ainda à solta.

Dezenas de pessoas ficaram feridas no ataque, que desencadeou uma feroz tomada de reféns na residência universitária, estendendo-se por mais de 12 horas.


Ministério do Interior informou que um suspeito de participação no ataque foi detido durante uma tentativa de fuga

Além disso, as forças de segurança quenianas mataram quatro criminosos e eliminaram "90% da ameaça", acrescentou o funcionário, mostrando-se prudente sobre eventuais criminosos ainda à solta.

Dezenas de pessoas ficaram feridas no ataque, que desencadeou uma feroz tomada de reféns na residência universitária, estendendo-se por mais de 12 horas.

Os criminosos entraram às 5H30 (23H30 de Brasília de quarta-feira) no campus da Universidade de Garissa, onde estudam centenas de jovens, disparando contra dois guardas na entrada principal.

Uma vez dentro do centro universitário, atiraram de maneira indiscriminada e depois entraram em vários edifícios."Acordamos com os sons das balas (...) ninguém sabia o que estava acontecendo, as mulheres gritavam e as pessoas corriam para salvar sua vida", disse Ungama John, um estudante da residência.

Estudantes saem da universidade depois de escapar do ataque

A Cruz Vermelha informou sobre 30 feridos internados no hospital, quatro deles em estado crítico, que foram levados de avião a Nairóbi, a 350 km. Segundo ela, a maioria das vítimas havia sido baleada.

A Casa Branca condenou o ataque: "Os Estados Unidos condenam nos termos mais fortes o ataque terrorista cometido contra homens e mulheres inocentes na universidade de Garissa", no sudeste do país, disse um comunicado do governo.

"Oferecemos nossas mais profundas condolências às famílias e amigos das vítimas deste ataque atroz", escreveu o porta-voz Josh Earnest.

"Estados Unidos estão ajudando o Governo do Quênia e continuará trabalhando com ele e outros (governos) na região para derrotar o grupo terrorista shebab", completou.

O secretário-geral da ONU Ban Ki-moon condenou nesta quinta-feira o "ataque terrorista" perpetrado por islamitas shebab.

"Ban espera que a situação esteja logo sob controle sem que haja mais danos àqueles que estão detidos (reféns) e pede que os responsáveis pelo ataque sejam rapidamente levados à justiça", afirmou seu porta-voz.

Ban apresentou suas condolências às famílias das vítimas e disse que a ONU está disposta a ajudar o Quênia a "impedir e frear o terrorismo e o extremismo violento".




Quênia em guerra com a Somália

A universidade localizada em Garissa, uma zona do nordeste do país, se localiza perto da porosa fronteira com a Somália, um país devastado pela guerra.

Um porta-voz dos shebab, Sheikh Ali Mohamud Rage, reivindicou a autoria do ataque em uma conversa com a AFP, alegando que "o Quênia está em guerra com a Somália" por ter realizado uma intervenção militar neste país contra bases islamitas.

O porta-voz shebab explicou que os criminosos, ao chegarem, "soltaram alguns, os muçulmanos, e eles alertaram o governo". "Os outros são mantidos reféns", acrescentou, informando que as vítimas eram cristãs.

As regiões do Quênia situadas na fronteira com a Somália (de 700 km) e, em particular, as áreas de Mandera e Wajir, assim como Garissa, são palcos frequentes de ataques islamitas.

Em 2014, ao menos 200 pessoas morreram e outras tantas ficaram feridas no Quênia em ataques reivindicados pelos shebab ou atribuídos a eles, de acordo com um balanço.

O ataque de maior impacto reivindicado pelos shebab somalis foi a invasão, em setembro de 2013, do shopping Westgate em Nairóbi, que terminou com vários mortos.

Também executaram uma série de ataques violentos em localidades da costa queniana em junho e julho de 2014, onde pelo menos 96 pessoas foram executadas a sangue frio.

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