Nova York - Vários homens da ONU são responsáveis pela morte por arma de fogo de três manifestantes no norte do Mali no final de janeiro, informou nesta quinta-feira um porta-voz da ONU.
"A investigação concluiu que membros de uma unidade de polícia da Minusma (missão da ONU no Mali) fizeram um uso excessivo e não autorizado da força durante uma manifestação, o que provocou a morte por arma de fogo de três manifestantes e feriu outras quatro pessoas", detalhou Farhan Haq.
"O secretário-geral da ONU Ban Ki-moon se comprometeu a garantir que os autores sejam totalmente responsabilizados por seus atos", acrescentou.
Os investigadores informaram que os soldados malis fugiram, por não terem como se proteger, quando manifestação se tornou violenta e só retornaram depois que o local estava calmo. Ban Ki-moon pediu desculpas às famílias das vítimas.
Em 27 de janeiro, três pessoas morreram e quatro ficaram feridas em uma manifestação na sede da Minusma.Os manifestantes protestaram pelo fato de a Minusma ter feito um acordo com os rebeldes que, segundo eles, conduziria ao desarmamento ou a retirada das forças leais da cidade. Após o incidente, a Minusma anunciou o cancelamento do documento em questão.
Várias testemunhas ouvidas na ocasião afirmaram que a Minusma disparou contra os manifestantes.A Minusma foi implantada no país em julho de 2013 após uma intervenção internacional para combater os jihadistas do norte do Mali.
Alguns policiais ruandeses membros da Minusma foram acusados e serçai investigados por Ruanda após as revelações da ONU.
O comandante da unidade de polícia ruandesa da Minusma foi mandado de volta a Ruanda. Outros 35 oficiais que estava sob o seu comando também foram afastados e serão enviados para o seu país nos próximos dias.
Essa missão da ONU conta hoje com 11.000 homens, entre 10.000 militares e policiais.Com mais de 40 capacetes azuis mortos, a Minusma é considerada a missão mais perigosa das que ONU mantém em curso.