Agência France-Presse
postado em 05/04/2015 20:26
Israel - O presidente palestino, Mahmud Abbas, ameaçou neste domingo (5/4) recorrer ao Tribunal Penal Internacional (TPI) caso Israel não abone a totalidade dos impostos arrecadados em nome da Autoridade Palestina.Israel, que congelou durante três meses o pagamento desses impostos em sinal de protesto pela adesão da Palestina ao TPI, desbloqueou neste domingo uma parte desses fundos. São 380 milhões de euros (US$ 417 milhões) de impostos arrecadados entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015, afirmou uma fonte do governo israelense.
Abbas afirmou que falta ainda uma terceira parte do total dos impostos arrecadados. "Disseram que nos enviariam, e finalmente nos enviaram, mas deduziram um terço (da quantia dos impostos). Por quê?", questionou o presidente palestino durante um discurso em Ramallah, sede da Autoridade Palestina na Cisjordânia ocupada.
"Agora, temos mais um outro caso para apresentar ao TPI. Primeiro, está a guerra em Gaza [em julho e agosto de 2014], a colonização e, agora, a direção palestina estuda este novo caso para poder apresentá-lo em seu devido tempo ao TPI", acrescentou.
Uma fonte próxima ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou neste domingo à AFP que foi transferida "uma parte desse dinheiro" à Autoridade Palestina e que Israel "garantiu hoje aos Estados Unidos que a quantia restante pode ser entregue a qualquer momento".
Abbas, entretanto, advertiu o dinheiro não será aceito até seja repassada a sua totalidade. "Ou nos dão todo o dinheiro, ou vamos ao tribunal", afirmou.
Após a criação, há mais de 20 anos, da Autoridade Palestina, Israel se comprometeu a arrecadar em seu nome os impostos e as taxas aduaneiras das mercadorias destinadas a palestinos que atravessam o território israelense. Essa soma representa atualmente quase 110 milhões de euros (120 milhões de dólares) mensais.
A Palestina se tornou oficialmente no dia 1; de abril membro do Tribunal Penal Internacional, mas até agora não foi aberta qualquer investigação formal contra dirigentes israelenses.