postado em 07/04/2015 09:15
Os combates das últimas semanas no Iêmen fizeram pelo menos 540 mortos e 1,7 mil feridos, informou hoje (7) a Organização Mundial da Saúde (OMS). A Cruz Vermelha também alertou para uma situação humanitária ;muito crítica; no país.Os números da OMS são relativos ao período de 19 de março a 6 de abril, disse um porta-voz da organização, Christian Lindmeier, em coletiva de imprensa em Genebra.
;Pelo menos 74 crianças foram mortas e 44 feridas desde 26 de março;, disse um porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Christophe Boulierac, acrescentando que um milhão de crianças não podem ir à escola devido ao conflito.
Equipes do Unicef estão no local para tentar determinar as circunstâncias dessas mortes, observou o porta-voz, afirmando que o balanço se refere a ;vítimas diretas de armas; e vítimas de ;consequências indiretas do conflito;, como a falta de água potável e material médico.
O conflito no Iêmen acentuou-se em fevereiro com a tomada da capital, Sanaa, pelas milícias xiitas huthis, aliadas do ex-presidente Ali Abdallah Saleh e apoiadas pelo Irã, a fuga do atual presidente Abd Rabbo Mansur Hadi para a segunda maior cidade do país, Aden, e, perante o avanço dos rebeldes para a Arábia Saudita.
O avanço dos rebeldes tem enfrentado a resistência dos combatentes dos comités populares leais ao atual presidente e, desde 26 de março, de uma coligação de países árabes liderada pela Arábia Saudita.
Segundo uma porta-voz da Cruz Vermelha em Sanaa, Marie-Claire Feghali, a situação humanitária no país é ;muito crítica; e, em Aden, onde se registam violentos combates todos os dias, ;catastrófica;.
O país, explicou a porta-voz, ;importa 90% dos produtos alimentares; e, com o conflito, as ligações aéreas e marítimas foram cortadas e as infraestruturas estão danificadas.
;O mínimo que podemos dizer é que a situação é catastrófica em Aden, onde a guerra se instalou em todos os cantos da cidade, falta comida, água e eletricidade e 800 mil moradores não conseguem sequer fugir;, disse Marie-Claire.