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"Maratona bíblica" reúne 2,2 mil corredores israelenses na Cisjordânia

Evento foi denunciado por palestinos que consideraram a maratona racista

Agência France-Presse
postado em 09/04/2015 14:53
Jerusalém - Cerca de 2.200 corredores participaram nesta quinta-feira (9/4) da primeira "maratona bíblica", organizada pelos israelenses em um percurso pela Cisjordânia ocupada, uma prova que contou com um forte esquema de segurança e que foi denunciada por grupos palestinos.

Este evento, que provocou o fechamento de várias ruas na Cisjordânia, foi denunciado pelos palestinos que convocaram manifestações para denunciar o ato "racista e agressivo do ocupante", em uma declaração lida pela agência oficial de notícias Wafa.

Cercados pela polícia e o exército, os corredores, alguns judeus religiosos, saíram às 05h30 de Rosh HaAyin, uma cidade no centro de Israel, na Linha Verde - a linha de demarcação herdada do conflito de 1967 - e percorreram cerca de 40 quilômetros na Cisjordânia ocupada, segundo Shahar Sadok, um dos organizadores.

A corrida passou pela colônia de Ariel, um dos núcleos israelenses na Cisjordânia ocupada com 18.000 habitantes.

Perto da linha de chegada, no cruzamento de Shilo, localizado na estrada entre Nablus e Ramallah, um palestino esfaqueou na quarta-feira dois soldados israelenses, um ferido seriamente, antes de ser morto.

A maratona lembra um episódio do Antigo Testamento, em que um membro da tribo de Benjamim sai de Eben Ezer (atual Rosh HaAyin) e vai até Shilo para anunciar ao sacerdote Eli a derrota dos israelitas ante os filisteus.

"Não, não era perigoso e não houve nenhum incidente", disse Sadok.

Os palestinos acreditam que a presença de cerca de 400.000 colonos israelenses na Cisjordânia é uma tentativa por parte de Israel de impedir a criação de um Estado palestino nas fronteiras de 1967.

A comunidade internacional considera a colonização ilegal, bem como a construção de assentamentos nos territórios ocupados e anexados por Israel desde 1967. Apesar disso, o Estado judeu continua a se expandir, incluindo em Jerusalém Oriental, onde os palestinos querem transformar na capital do Estado que aspiram alcançar.

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