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Filhos de Che Guevara criticam 'assassino do pai' na Cúpula das Américas

A delegação oficial da sociedade civil cubana que viajou ao Panamá para os fóruns paralelos à Cúpula denunciou a presença de Rodríguez

Agência France-Presse
postado em 10/04/2015 16:10
Ernesto Che Guevara foi preso e assassinado em 1967, a mando do cubano agente da CIA, Rodríguez Mendigutía

Os filhos do guerrilheiro Ernesto Che Guevara criticaram nesta sexta-feira (10/4) a presença no Panamá, por ocasião da Cúpula das Américas, do ex-agente cubano da CIA, Félix Rodríguez Mendigutía, que participou na captura e morte de seu pai na Bolívia, em 1967.

"A presença de Félix Rodríguez tenta boicotar a Cúpula do Panamá", assinalaram os quatro filhos do guerrilheiro argentino-cubano em comunicado publicado em Havana.

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"Alguém pode esquecer o passado e o presente de quem não deixa de se vangloriar por ter prestado seus serviços para prender e depois assassinar o Che na Bolívia? Por acaso quem o convidou e organizou o mencionado simpósio não sabia que (...) ele foi e é um servil escravo dos poderes ianques?", questionaram na nota publicada no portal Cubadebate, que difunde de maneira oficiosa notícias e opiniões do governo cubano.

A nota está assinada pelos "Filhos de Che", Aleida, Celia, Camilo e Ernesto Guevara March, fruto da união do guerrilheiro com a cubana Aleida March.

Rodríguez Mendigutía, de 73 anos, é um ex-exilado cubano residente nos Estados Unidos, que fez parte da Agência Central de Inteligência (CIA) e das Forças Armadas dos Estados Unidos, e participou na captura e execução sumária de Guevara na Bolívia, em outubro de 1967.

Ele escreveu, no final dos anos 80, o livro autobiográfico "Guerreiro nas sombras", no qual relata as operações da CIA na América Latina e as horas finais do Che.

Rodríguez reconheceu publicamente ter ordenado aos militares bolivianos que matassem Guevara e apareceu junto a ele em uma foto depois de ser capturado.

A delegação oficial da sociedade civil cubana que viajou ao Panamá para os fóruns paralelos à Cúpula denunciou a presença de Rodríguez e outros anticastristas e dissidentes, aos quais acusou de serem "mercenários" de Washington.

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