Agência France-Presse
postado em 11/04/2015 09:23
Cairo ; Um tribunal egípcio confirmou neste sábado a sentença de pena de morte para o líder da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, e de outras 11 pessoas, acusadas de tentativa de desestabilizar o país e de planejar ataques.Outros dois islamitas que fugiram do Egito foram condenados à morte à revelia e 23 pessoas receberam a sentença de prisão perpétua, incluindo Mohamed Soltan, que tem cidadania egípcia e americana, está detido desde agosto de 2013 e realiza uma greve de fome.
Além disso, 11 pessoas foram condenadas à prisão perpétua à revelia.
Desde que o presidente Mohamed Mursi, integrante da Irmandade Muçulmana, foi destituído pelo exército em julho de 2013, seus partidários são alvos de uma campanha violenta de repressão policial. As autoridades são acusadas de instrumentalizar a justiça na luta implacável contra os islamitas.
Os condenados ainda podem recorrer do veredicto ao Tribunal de Cassação. Eles foram acusados de estabelecer um "centro de operações" para "preparar ataques contra o Estado" no momento em que os partidários de Mursi organizaram um gigantesco protesto no Cairo, na praça Rabaa al-Adhaweya.
A manifestação foi dispersada de maneira violenta em 14 de agosto de 2013 e mais de 700 islamitas morreram na operação das forças de segurança, "um dos maiores massacres de manifestantes em um único dia na história recente", segundo a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW).
Nos meses posteriores à queda de de Mursi, centenas de manifestantes islamitas foram mortos nas ações de repressão das autoridades. Mais 1.400 pessoas morreram depois do golpe de 3 de julho de 2013.
Pelo menos 15.000 ativistas pró-Mursi foram detidos e a ONU criticou as centenas de condenações à morte anunciadas em julgamentos sumários.
O Tribunal de Cassação anulou recentemente dezenas de condenações à pena capital.
Badie já havia sido condenado à morte em outro processo por atos violentos e quatro vezes à prisão perpétua em outros processos.