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Francisco pede aos líderes das Américas um combate à desigualdade

O pontífice critica que "nas economias emergentes, grande parte da população não tenha se beneficiado do progresso econômico geral"

Agência France-Presse
postado em 11/04/2015 10:27
Cidade do Vaticano ; O papa Francisco pediu um esforço na luta contra a iniquidade, "fonte de conflitos", em uma mensagem aos líderes reunidos na Cúpula das Américas no Panamá.

Em uma mensagem ao presidente panamenho e anfitrião, Juan Carlos Varela, o pontífice argentino expressa sua sintonia com o tema da reunião, "Prosperidade com equidade: o desafio da cooperação nas Américas".

"A iniquidade, a injusta distribuição das riquezas e dos recursos, é fonte de conflitos e de violência entre os povos, porque supõe que o progresso de alguns é construído sobre o necessário sacrifício de outros e que, para poder viver dignamente, é necessário lutar contra os demais", afirma o papa na mensagem, com data de 10 de abril e divulgada neste sábado pela Santa Sé.

O pontífice critica que "nas economias emergentes, grande parte da população não tenha se beneficiado do progresso econômico geral, e sim que frequentemente tenha aumentado a brecha entre ricos e pobres".

"Não é suficiente esperar que os pobres recolham as migalhas que caem da mesa dos ricos. São necessárias ações diretas em prol dos mais desfavorecidos".

Sobre a imigração, Francisco lamenta que "em algumas ocasiões, a falta de cooperação entre os Estados deixa muitas pessoas fora da legalidade e sem possibilidade de fazer valer seus direitos".

Ao comentar a situação dentro dos países, criticou as "diferenças escandalosas e ofensivas" em detrimento dos indígenas, a zonas rurais e os subúrbios das grandes cidades, para cujas populações pediu "uma autêntica defesa" contra o racismo, a xenofobia e a intolerância.

O papa ressaltou que existem "bens básicos, como a terra, o trabalho e a casa, e serviços públicos, como a saúde, a educação, a segurança, o meio ambiente, dos quais nenhum ser humano deveria ficar excluído".

A VII Cúpula da Américas é dominada pela reconciliação entre Estados Unidos e Cuba, que teve a mediação do papa Francisco. Os presidentes dos dois países, Barack Obama e Raúl Castro, terão uma reunião histórica neste sábado.

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