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Líderes da esquerda criticam Obama e defendem a Venezuela

Os presidentes do Equador, Argentina e Bolívia, apoiaram seu colega venezuelano, Nicolás Maduro, ao exigir que Obama anule o decreto que emitiu em março

Agência France-Presse
postado em 11/04/2015 18:22
Presidentes de governos de esquerda criticaram neste sábado o presidente Barack Obama na Cúpula das Américas por ter declarado a Venezuela uma ameaça para a segurança dos Estados Unidos. Os presidentes Rafael Correa (Equador), Cristina Kirchner (Argentina) e Evo Morales (Bolívia), apoiaram seu colega venezuelano, Nicolás Maduro, ao exigir que Obama anule o decreto que emitiu em março, elevando as tensões entre Caracas e Washington.

"Venezuela está sob uma ameaça, uma agressão que deve ser desmontada", afirmou Maduro, quando Obama já havia se retirado da plenária da Cúpula para participar de reuniões bilaterais. No entanto, depois Maduro adotou um tom mais conciliador e disse estender a mão a Obama para juntos resolverem a crise. Seu aliado, Evo Morales, criticou Obama por sua "dupla moral". "Não somos (os latino-americanos) uma ameaça para ninguém, somos povos cujas armas de combate são a solidariedade, a justiça, a igualdade", enfatizou.

[SAIBAMAIS]O único presidente que Obama ouviu, devido à ordem dos discursos, foi Correa, que fustigou os Estados Unidos por falar de direitos humanos e liberdades sem ter assinado a Convenção Interamericana de Direitos Humanos. "Nossos povos jamais aceitarão a tutela, a ingerência e a intervenção de potências estrangeiras porque sua memória está flagelada por fatos do passado", declarou.

Obama deu uma resposta direta em seu discurso dizendo que também se interessa por história, mas que não quer ficar preso a ela. "Suponho que é possível usar os Estados Unidos como uma desculpa prática para o que está ruim (...), mas isso não vai trazer progresso, não vai resolver os problemas de crianças que não sabem ler ou não têm o suficiente para comer", declarou Obama.

A presidente argentina, que seguiu o discurso de Raúl Castro, entrou na discussão: "Sei que a Obama não gosta da História ou diz que não é importante. Eu gosto porque ajuda a entender o que aconteceu", afirmou ao classificar o decreto como ridículo. "É uma pena, presidente Obama, que façam isso. Se querem enfrentar a Venezuela, deveriam ter encontrado outra forma", atacou Krichner. O cubano Raúl Castro tentou diminuir as tensões ao considerar positivo que Obama tenha reconhecido que a Venezuela não é uma ameaça para os Estados Unidos.

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"A Venezuela não é uma ameaça. É positivo que o presidente americano tenha reconhecido isso" e deve derrogar essa declaração, expressou Raúl Castro, em sua primeira reação ao esclarecimento dado por Obama esta semana de que seu decreto contra a Caracas foi meramente formal.

Em seu discurso, a presidente Dilma Rousseff não abordou profundamente o problema, embora tenha feito uma crítica velada, ao comentar que "o bom momento das relações hemisféricas já não admite medidas unilaterais e políticas de isolamento, em geral e sempre contraproducentes e ineficazes". Por isso, rechaçamos a adoção de sanções contra a Venezuela", sentenciou.

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