Agência France-Presse
postado em 12/04/2015 09:24
O papa Francisco utilizou neste domingo o termo "genocídio" para descrever os massacres de armênios iniciado há um século, em um gesto que pode provocar tensão nas relações diplomáticas com a Turquia.
"No século passado, nossa humanidade viveu três grandes tragédias sem precedentes. A primeira, considerada geralmente como ;o primeiro genocídio do século XX;, afetou vosso povo armênio, primeira nação cristã, junto com os sírios católicos e ortodoxos, os assírios, os caldeus e os gregos", afirmou o pontífice em uma missa na basílica de São Pedro, ao citar uma declaração conjunta de 2001 assinada por João Paulo II e o patriarca armênio Karekin II.
Muitos historiadores descrevem os massacres como o primeiro genocídio do século XX, apesar da Turquia negar com veemência a existência de um planejamento por trás dos crimes.
O bispo de Roma pronunciou as palavras ao iniciar uma em memória dos armênios massacrados entre 1915 e 1917, nos últimos anos do Império Otomano. A liturgia foi celebrada em conjunto com o patriarca armênio Nerses Bedros XIX Tarmouni, e na presença do presidente da Armênia, Serzh Sargsyan.
João Paulo II já havia utilizado o termo na declaração conjunta e o próprio Francisco fez o mesmo antes de ser nomeado papa em 2013. Mas esta é a primeira vez que um chefe da Igreja Católica usa a palavra em público.
O risco é que a declaração irrite o governo da Turquia, um importante aliado na luta contra o islamismo radical que está sendo devastador para as comunidades cristãs do Oriente Médio.