Agência France-Presse
postado em 14/04/2015 20:13
Os Estados Unidos pediram o reconhecimento "pleno" e "franco" dos fatos sobre o massacre de armênios na Primeira Guerra Mundial, mas evitou chamar a tragédia de um "genocídio"."O presidente (Barack Obama) e outros altos funcionários reconheceram repetidas vezes como um fato histórico e lamentam que 1,5 milhão de armênios tenham sido massacrados ou marchado para a morte nos dias finais do Império Otomano", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf.
Também declararam "que um pleno, franco e justo reconhecimento dos fatos é de interesse de todos, inclusive Turquia, incluindo Turquia, Armênia e Estados Unidos".
Ancara se negou a reconhecer os homicídios maciços de armênios entre 1915 e 1917 como "genocídio", às vésperas do centenário da tragédia.
A Turquia criticou, ainda, o papa Francisco por se referir no fim de semana a este episódio como "genocídio" e convocou para consultas seu embaixador no Vaticano, alegando que o pontífice deu uma opinião infundada.
Harf também destacou que estas são "nações fortes e progrediram ao reconhecer e se reconciliar com elementos muito dolorosos de seu passado".
A Turquia é um aliado-chave dos Estados Unidos em sua luta contra o islamismo radical e é membro da Otan.
Os armênios sustentam que 1,5 milhões de concidadãos foram assassinados por forças otomanas, em uma campanha ordenada pela liderança militar do Império Otomano para erradicar o povo armênio de Anatólia, que hoje faz parte do leste da Turquia.
Ancara, por sua vez, argumentou que centenas de milhares de turcos e armênios perderam a vida quando as forças otomanas lutavam contra o Império russo pelo controle do leste da Anatólia durante a Primeira Guerra Mundial.