Agência France-Presse
postado em 16/04/2015 10:12
Durban, África do Sul - Milhares de pessoas protestavam nesta quinta-feira (16/4) contra o racismo na África do Sul, depois de vários incidentes de caráter xenófobo que deixaram seis mortos nos últimos dias. Nas últimas duas semanas, pelo menos seis pessoas morreram na cidade de Durban, leste do país, em vários ataques contra lojas que pertencem a estrangeiros. No início do ano, a violência também afetou Soweto, perto de Johannesburgo.
"Há tensão em várias partes do país entre os locais e os estrangeiros. As situações fora da lei não serão toleradas", afirma em um comunicado o comandante nacional da polícia, Riah Phiyega.
A frustração é cada vez maior no país entre a população negra, em um contexto de reduzido crescimento econômico e com um desemprego de 25%, que afeta um em cada dois jovens.
Em Durban, quase 4.000 pessoas se reuniram diante do estádio municipal de Curries Fontein para repudiar o racismo.
No caminho da passeata, os líderes religiosos e políticos exibiram bandeiras dos 54 países da África.
Vários incidentes de caráter xenófobo foram registrados na quarta-feira à noite em um subúrbio de Johannesburgo, com saques a lojas que deixaram dois feridos.
Vários estrangeiros fugiram dos agressores e encontraram refúgio em uma delegacia de polícia.
O comando da polícia anunciou que um centro operacional nacional permanecerá ativo 24 horas por dia para combater este tipo de crime.
O ANC, partido que governa o país, condenou os novos ataques em um comunicado.
A nota do ANC, que era o partido do falecido presidente Nelson Mandela, destaca que os incidentes são "atos criminosos contra populações que são vulneráveis e indefesas, que buscam refúgio, comodidade e prosperidade" na África do Sul.