Agência France-Presse
postado em 16/04/2015 18:36
Nações Unidas - O Conselho de Segurança da ONU recebeu, nesta quinta-feira, relatos em primeira mão de médicos sírios sobre ataques com armas químicas em seu país em um momento em que se avalia a possibilidade de ações contra os responsáveis.Samantha Power, embaixadora americana na ONU, disse à imprensa, após reunião a portas fechadas, que o Conselho agora tentará identificar os responsáveis pelos ataques e se assegurar de que sejam levados à justiça."Precisamos de um mecanismo de atribuição para saber com precisão quem praticou estes ataques", disse Power.
Os Estados Unidos, juntamente com a Grã-Bretanha e a França, acusam o regime do presidente Bashar al-Assad de usar gás cloro contra civis, mas a Rússia garante que não há firmes evidências de que Damasco seja responsável.
"Todas as provas mostram que vieram de helicóptero e só o regime de Assad tem helicópteros", informou Power."Mas devemos avançar de forma que também deixe muito claro a todos os membros do Conselho que as pessoas responsáveis por estes ataques devem prestar contas", acrescentou a diplomata.
Na terça-feira passada, a organização Human Rights Watch (HRW) acusou o regime sírio de ter utilizado, em março, até em seis ocasiões, barris com gás cloro como arma química na província de Idleb, no noroeste do país, sob controle rebelde.
Os 15 membros do Conselho escutaram o testemunho de um médico sírio que tratou de vítimas de um ataque com bomba de cloro no povoado de Sarmin, perto de Idleb, no mês passado, no qual morreram seis pessoas, incluindo crianças.
Power disse que os membros do Conselho se sentiram "muito, muito emocionados" ao ver um vídeo em que os médicos apareciam lutando para salvar crianças que vomitavam e estavam asfixiadas.
O regime de Assad e os rebeldes se acusam mutuamente do uso de agentes químicos, inclusive cloro, na guerra que já dura quatro anos e matou mais de 220.000 pessoas.