Agência France-Presse
postado em 20/04/2015 18:21
Bagdá, Iraque - Uma milícia denominada Brigada Hezbollah entregou nesta segunda-feira ao governo iraquiano um corpo que seria do ex-número dois do regime de Saddam Hussein, e afirmou que testes feitos pelo grupo confirmaram sua identidade.As autoridades iraquianas farão exames de DNA próprios para confirmar oficialmente a morte desta personalidade do antigo regime, deposto há 12 anos. Esta seria também uma vitória simbólica para o governo.
Ezat Ibrahim al Duri, vice-presidente do país quando ocorreu a invasão americana, em 2003, era o rei de paus do baralho de 55 cartas, difundido pelos americanos para identificar as autoridades mais procuradas do regime.
Este ex-dirigente septuagenário foi dado como morto em várias ocasiões depois de deposto Saddam Hussein, mas expressou-se através de mensagens de áudio e vídeo. Sua detenção também foi anunciada em várias ocasiões, sempre de forma equivocada.
"Hoje entregamos o corpo do criminoso Ezat Ibrahim Al Duri ao governo iraquiano", após ter confirmado sua identidade com "testes e também testemunhos de pessoas que o conheciam", disse a jornalistas o porta-voz da Brigada Hezbollah, Jaafar al Hussini.
No dia anterior, ele tinha dito à AFP que dois homens capturados por sua brigada, que tinham visto Duri nos últimos seis meses, reconheceram o corpo.
A Brigada Hezbollah, uma das mais poderosas milícias que combatem ao lado das forças do governo os jihadistas do Estado Islâmico (EI), transportaram o corpo em uma caravana de 12 veículos fortemente armados e o entregaram às autoridades no bairro de Kerrada, no centro de Bagdá.
O homem suspeito de ser Duri teria morrido em combate na manhã de sexta-feira na região de Tikrit (norte) e teria sido levado na mesma noite para a capital iraquiana.
Um encarregado do ministério da Saúde, que pediu para ter a identidade preservada, confirmou a chegada do corpo e informou que serão feitos exames de DNA para confirmar sua identidade.
Em seu último vídeo postado na internet, em julho de 2014, Duri chamou de "heróis" os jihadistas do EI, que tomaram o controle, desde junho daquele ano, de amplos territórios do Iraque, com o apoio de alguns líderes do antigo regime de Saddam.