Jornal Correio Braziliense

Mundo

Terremoto no Nepal deixou mais de 3.200 mortos, anunciam autoridades

Número, no entanto, deve ser maior. Organizações humanitárias relatam elevado risco de propagação de doenças

Katmandu, Nepal - Ao menos 3.218 pessoas morreram no Nepal após o terremoto de sábado no país, anunciaram as autoridades nepalesas em um balanço atualizado. Segundo o diretor do departamento de gestão de catástrofes do ministério de Interior, Rameshwor Dangal, outras 6.500 pessoas ficaram feridas. O balanço anterior registrava 2.430 mortes. Nos países vizinhos, incluindo Índia e China, a tragédia provocou outras 90 mortes.

[FOTO436400]

[SAIBAMAIS]O terremoto de 7,8 graus de magnitude, o mais violento dos últimos 80 anos no país, provocou vários tremores secundários e diversos deslizamentos no monte Everest, onde 18 pessoas faleceram no início da temporada de alpinismo. O balanço pode ser ainda mais grave no Nepal, onde as agências humanitárias ainda têm dificuldades para avaliar o alcance da devastação e as necessidades da população.

Quase um milhão de crianças precisam de ajuda urgente, segundo o Unicef. Milhares de crianças dormem ao relento desde o terremoto, ao lado dos pais, e o risco de propagação de doenças é elevado, segundo o Fundo da ONU para a Infância. "Pelo menos 940 mil crianças que vivem nas áreas mais afetadas pelo terremoto no Nepal têm uma necessidade urgente de ajuda humanitária", afirma um comunicado. "As restrições de acesso à água potável e às instalações de saúde expõem as crianças a doenças que se propagam pelo ar. Ao mesmo tempo, algumas crianças estão separadas de suas famílias", adverte o Unicef.



A organização está mobilizando equipes e enviará a Katmandu dois aviões de carga com 120 toneladas de ajuda humanitária, incluindo medicamentos, barracas e cobertores. O governo do Nepal enviou três helicópteros para tentar resgatar os alpinistas que permanecem bloqueados no Everest. Quase 150 pessoas permanecem nos campos 1 e 2 e as autoridades acreditam que não têm ferimentos graves. Eles serão levados para o campo base e não para a base da montanha, segundo o governo.