Agência France-Presse
postado em 28/04/2015 20:18
Um ataque do grupo islâmico Boko Haram matou 46 militares e 28 civis no sábado em uma ilha controlada pelo Exército do Níger no Lago Chade, informou nesta terça-feira o ministro do Interior.Este foi o ataque mais sangrento do Boko Haram contra o Níger desde que o país iniciou sua luta contra o grupo islâmico, em fevereiro.
"O boletim provisório aponta entre as forças de defesa e de segurança 46 mortos, 9 feridos e 32 desaparecidos"; além de "28 habitantes assassinados", declarou Hassoumi Massaoudou sobre o ataque à ilha de Karamga.
Um luto nacional de três dias será observado a partir desta quarta-feira "sobre todo o território nacional e a bandeira será colocada a meio pau", informou a TV estatal do Níger.
Em mensagem na rádio estatal, o ministro do Interior afirmou que "156 terrorista" foram mortos no mesmo ataque, no primeiro boletim oficial de Niamey.
O Níger integra uma coalizão regional contra o Boko Haram formada ainda por Chade, Nigéria, Camarões e Benin.
A ilha de Karamga foi atacada na madrugada de sábado pelos rebeldes islâmicos, informou Massaoudou.
"Vimos um desastre, a cidade foi totalmente devastada. Os sinais dos combates mostram que nossos homens lutaram com heroísmo. Foi uma tragédia o que aconteceu lá", destacou o ministro.
Operações de busca por terra e ar são realizadas no momento para encontrar os soldados desaparecidos e "neutralizar os autores deste ato ignóbil".
"O governo do Níger e seu povo estão particularmente aterrorizados com esta infâmia".
Karamga já havia sido atacada no dia 20 de fevereiro pelo grupo islâmico, quando sete soldados e 15 rebeldes morreram, além de um civil, segundo o boletim oficial.
Os Estados Unidos condenaram o "bárbaro" ataque cometido contra o Níger, e manifestaram sua disposição de incrementar seu apoio material ao Exército local, além de estimular os países da região a lutar contra a organização radical.
O departamento americano de Estado "condena os ataques do Boko Haram contra a ilha de Karamga, no lago Chade", por um grupo "que tem perpetrado um número incalculável de ataques contra homens, mulheres e crianças em suas casas, escolas e locais de trabalho e oração, com uma brutalidade e barbaridade sem limites".