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Lieberman diz que não fará parte de próximo governo israelense

Se manter esta decisão, o atual ministro das Relações Exteriores deixará Benjamin Netanyahu com uma maioria potencial extremamente tênue de 61 assentos de um total de 120 no parlamento

Agência France-Presse
postado em 04/05/2015 13:38
Jerusalém - O ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, anunciou nesta segunda-feira que ele e seu partido, o Isra;l Beiteinu (nacionalista), não participarão do próximo governo formado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

"Chegamos a uma conclusão clara e inequívoca de que, do nosso ponto de vista, não podemos participar da coalizão atual", declarou Lieberman durante uma coletiva de imprensa.

[SAIBAMAIS]

Lieberman também anunciou sua renúncia no contexto da formação de um novo governo.Se manter esta decisão, Lieberman deixará Benjamin Netanyahu com uma maioria potencial extremamente tênue de 61 assentos de um total de 120 no parlamento para apoiar o governo que está tentando formar.

Após a vitória do Likud, o partido de direita, nas legislativas de 17 de março, Netanyahu iniciou negociações para formar com cinco partidos nacionalistas e religiosos (incluindo Israel Beiteinu) uma maioria de 67 deputados dos 120.



Ele tem até quarta-feira para formar um novo governo e, até agora, concluiu dois acordos com os seus potenciais aliados.Lieberman declarou que seu partido fez uma escolha "por princípios e não por pastas". "O que está sendo formado não é um governo nacional, mas um governo oportunista e conformista", acrescentou.

Ele assegurou ter recebido de Netanyahu a garantia de manter a pasta das Relações Exteriores, como desejava, mas isso não foi o suficiente para que participasse no próximo governo.

O chefe da diplomacia, que fez da queda do Hamas um de seus cavalos de batalha, também lamentou que o governo em formação "não tem a intenção de derrubar o regime do Hamas", o movimento islâmico no poder na Faixa de Gaza e que combateu ao lado de outros movimentos palestinianos o exército israelense durante a guerra de 2014.

Lieberman, cujo partido solicita uma separação entre a religião e o Estado de Israel, também criticou as concessões feitas aos partidos ultra-ortodoxos nas negociações em curso.

Lieberman é um parceiro de longa data de Benjamin Netanyahu. Ele debutou na política na década de 1990 como chefe de gabinete de Netanyahu durante seu primeiro mandato.

Foi ministro das Relações Exteriores desde 2009, com uma pausa de um ano entre o final de 2012 e o final de 2013 devido a acusações de corrupção.

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