Agência France-Presse
postado em 04/05/2015 13:46
Havana - O governo da Colômbia e a guerrilha comunista das Farc avançaram no plano de retirada das minas, acordado em março, e esperam iniciar a limpeza dos explosivos o "quanto antes", informaram nesta segunda-feira ambas as partes."A comissão de retirada de minas vai bem, e se não terminarem hoje (como prevê o plano), terminarão no seguinte ciclo" de diálogos, disse à imprensa uma fonte da delegação do governo colombiano em Havana.
A fonte do governo disse que as partes esperam "começar o quanto antes" a retirada das minas", com apoio de uma "agência norueguesa que trabalhou no Afeganistão" em tarefa semelhante.
O compromisso para limpar as minas terrestres implantadas em ao menos 668 dos 1.100 municípios da Colômbia durante o conflito é o primeiro que concordam as duas partes, que estão negociando a paz em Havana desde novembro de 2012. Desde 1990 as minas terrestres deixaram 11.006 vítimas na Colômbia, entre mortos e feridos, segundo o governo.
Ambas as partes alcançaram o consenso sobre a reforma rural, participação política e drogas ilícitas, mas estes pactos parciais não foram firmados até agora porque as negociações de Havana se baseiam no princípio de que "nada está acordado até que tudo esteja acordado".
Farc solicita publicação do relatório histórico
As Farc negaram ser os "supremos responsáveis" da violência armada, que já deixou 220.000 mortos e 5,5 milhões de refugiados, segundo dados oficiais.
"Não podemos aceitar que fora de contexto ou em um contexto midiático nos tomem como supremos responsáveis, sob o incentivo dos (...) verdadeiros determinadores do turbilhão violento que devastou o país", afirmou a guerrilha em um comunicado lido para a imprensa por Marcos León Calarcá, um de seus negociadores.
"Calarcá afirmou que "solicita a avaliação imediata na Mesa (de negociações) dos resultados do relatório da Comissão Histórica do Conflito e suas Vítimas e sua publicação massiva, para que o sol da verdade ilumine e ajude a curar as feridas da Colômbia".
As negociações enfrentam um complexo cenário desde que em meados de abril passado guerrilheiros mataram 11 militares em uma emboscada em meio a uma trégua unilateral por tempo indefinido das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
O apoio dos colombianos ao processo de paz e a popularidade do presidente Juan Manuel Santos têm caído desde então, segundo pesquisas.