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Tribunal afegão condena quatro homens à morte por linchamento de mulher

Em 19 de março, Farkhunda, de 27 anos, foi morta com vários golpes, depois queimada e jogada em um rio em Cabul acusava de ter profanado o livro sagrado do islã

Agência France-Presse
postado em 06/05/2015 07:38
Cabul, Afeganistão - Um tribunal afegão condenou nesta quarta-feira (06/5) quatro homens à morte por enforcamento pelo linchamento, em março em Cabul, de uma mulher acusada equivocadamente de ter queimado um exemplar do Corão. Os quatro foram julgados no tribunal de primeira instância de Cabul, que também condenou oito homens a 16 anos de prisão e inocentou outros 18.

Entre os condenados à morte está um religioso autoproclamado que vendia amuletos perto de uma mesquita e foi apontado como o responsável pelas agressões contra a mulher. "Nós, os juízes do tribunal de primeira instância de crimes contra a segurança nacional, decidimos por unanimidade a condenação de Zainul Abidin, Mohamed Yaqub, Mohamed Sharif e Abdul Bashir à pena capital por enforcamento", declarou o juiz Safiullah Moyadidi.

O tribunal julgou 49 pessoas pelo crime. Os réus eram acusados de participação em atos atos violentos até assassinato. Além dos 30 que ouviram a sentença nesta quarta-feira, o tribunal deve anunciar a sentença de 19 policiais no próximo domingo.



Em 19 de março, Farkhunda, de 27 anos, foi morta com vários golpes, depois queimada e jogada em um rio em Cabul por uma multidão furiosa que a acusava de ter profanado o livro sagrado do islã.

A jovem não havia queimado o livro: na realidade, havia denunciado que as atividades do vendedor de amuletos eram contrárias ao islã. Irritado, o homem então a acusou de blasfêmia e mobilizou uma multidão para linchá-la.

Vários agentes assistiram sem impedir a cena, amplamente difundida em forma de vídeos e fotos nas redes sociais.

A tragédia provocou muitos protestos no Afeganistão.

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