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República Centro-Africana indiciará franceses suspeitos de estupro

A França enviou tropas para a República Centro-Africana em dezembro de 2013, quando o país estava mergulhado na violência após um golpe que derrubou o líder Francois Bozizé

Agência France-Presse
postado em 06/05/2015 16:59

Bangui - A República Centro-Africana indiciará os militares franceses acusados de estuprar crianças em Bangui, declarou nesta quarta-feira o ministro da Justiça, Aristide Sokambi, na primeira reação do governo sobre esta questão.

[SAIBAMAIS]

"Ações legais serão tomadas (...) são atos gravíssimos (...) Insisto que não devemos misturar as coisas, não se trata da Sangaris, não é a França. São indivíduos, militares contra os quais nos posicionamos", afirmou o ministro sobre as acusações de estupro contra menores cometidos em 2014 em um acampamento de refugiados localizado perto do aeroporto de M;Poko e no campo militar francês da Sangaris.


"Nós lamentamos o fato de não termos sido envolvidos nessas investigações, uma vez que temos acordos de cooperação com a França. Então, instrui o procurador a abrir um inquérito, e, em seguida, acionar os elementos que já estão à disposição da parte francesa, a fim de acompanhar este caso que é extremamente grave", disse ele.

A França enviou tropas para a República Centro-Africana em dezembro de 2013, quando o país estava mergulhado na violência após um golpe que derrubou o líder Francois Bozizé.

A operação Sangaris tinha como objetivo acabar com os confrontos entre milícias cristãs e muçulmanas no país. Participaram na operação, que recebeu a aprovação da ONU, 2.000 soldados franceses.

Segundo uma fonte judicial francesa, 14 soldados franceses estariam envolvidos neste caso potencialmente desastroso para a imagem da França e de seu exército na África.

Em julho de 2014, o ministério francês da Defesa recebeu um relatório elaborado por membros do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos sobre estes crimes.

As acusações de estupro foram feitas por seis crianças com idades variando de 9 a 13 anos. Quatro afirmaram ter sido estupradas e duas disseram ter testemunhado os fatos.

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