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Turquia detém autoridades que apreenderam carga de armas para a Síria

Documentos na internet afirmam que caminhões apreendidos eram na realidade veículos da Agência de Inteligência Nacional (MIT)que entregariam as armas para os rebeldes q

Agência France-Presse
postado em 07/05/2015 13:57
Ancara - As autoridades turcas prenderam nesta quinta-feira quatro procuradores e um oficial do exército envolvidos no caso de uma controversa apreensão de armas que seriam enviadas à Síria no ano passado, anunciou a agência oficial de notícias Anatolia.

O ex-procurador da região de Adana (sul), Suleyman Bagriyanik, e seus adjuntos Ozcan Sisman, Aziz Takci e Ahmet Karaca foram presos e compareceram perante o tribunal de Adana.O ex-coronel Ozkan Cokay também foi detido por ocupar o mais alto posto na região, de acordo com a Anatolia.

Os quatro procuradores haviam sido transferidos e, pouco depois, afastados após ordenarem a revista de vários caminhões e ônibus nas províncias de Adana e Hatay, na fronteira com a Síria, em janeiro de 2014, porque suspeitavam de contrabando de armas e munições para a Síria.



Uma série de documentos circularam na internet afirmando que os caminhões apreendidos eram na realidade veículos da Agência de Inteligência Nacional (MIT) que entregariam as armas para os rebeldes que combatem o presidente sírio Bashar al-Assad.

A Turquia negou veementemente fornecer qualquer ajuda aos rebeldes na Síria, incluindo o grupo Estado Islâmico (EI), ainda que deseje a queda do regime de Damasco.O governo impôs o silêncio na imprensa, incluindo nas redes sociais Facebook e Twitter, proibindo a publicação de tais alegações.

Os quatro são acusados de tentar derrubar o governo e paralisar suas operações. Se forem considerados culpados, poderão ser condenados à prisão perpétua.

"Acabamos de vivenciar uma noite em que a lei foi jogada ao vento" e a ordem das coisas invertida, declarou Bagriyanik, o ex-procurador-geral de Adana.

"Agora estou detido apenas porque não ouvi as ameaças e a ordem do ministro de ;não vasculhe os caminhões;, e de não impedir meus colegas de fazerem o mesmo", acrescentou.

A polêmica surgiu em 19 de janeiro de 2014, quando as forças turcas apreenderam caminhões que iam para a Síria transportando armas, e acabaram encontrando funcionários do MIT a bordo.

As autoridades turcas culparam Fethullah Gulen, acusado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan de liderar um Estado paralelo, através de seus partidários na justiça e na polícia, para usurpar o poder.Os partidários de Gulen, alvos de uma onda de detenções nos últimos meses, rejeitam esta alegação.

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