Agência France-Presse
postado em 07/05/2015 16:03
Onze pessoas suspeitas de representar uma ameaça "terrorista" foram detidas na quarta-feira na Bósnia, onde um islamita matou no final de abril um policial em um ataque contra uma delegacia.Paralelamente, a procuradoria do Kosovo indiciou por "terrorismo" 32 pessoas suspeitas de se juntar ou planejar se unir ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI), bem como supostos recrutadores.
A operação policial na Bósnia provocou fortes reações de representantes políticos dos muçulmanos bósnios, que denunciaram "prisões para intimidar" os antigos refugiados da guerra muçulmana que retornaram à Republika Srpska (RS) após o conflito intercomunitário de 1992-1995, que deixou 100 mil mortos.
No total, 30 pessoas foram interpeladas na quarta-feira na entidade sérvia da Bósnia, onze das quais foram finalmente presas, segundo informou à imprensa o ministro do Interior da RS, Dragan Lukac.
Estes homens são suspeitos de "comprar armas e explosivos com o objetivo de cometer atos terroristas contra as instituições da RS".
No final de abril, um islamita realizou um ataque contra uma delegacia de polícia em Zvornik (leste). Aos gritos de "Allah Akbar", o homem de 24 anos, armado com uma espingarda, matou um policial e feriu dois outros agentes antes de ser abatido.
Dois homens também foram interpelados em Srebrenica (leste), na entidade sérvia, cujo prefeito Camil Durakovic, um muçulmano, denunciou um ato de "assédio".
Quase 8.000 meninos e homens muçulmanos foram mortos em Srebrenica em julho de 1995, pouco antes do fim da guerra, em um massacre cometido pelas forças sérvias da Bósnia.
Ex-república iugoslava, a Bósnia, que possui 3,8 milhões de habitantes, destes 40% de muçulmanos, foi dividida após a guerra em duas entidades, uma sérvia, a RS, e outra croata-muçulmana.
No Kosovo, que adotou em março uma lei que sanciona com até 15 anos de prisão aqueles que se juntarem a grupos jihadistas, o Ministério Público indiciou nesta quinta-feira 32 suspeitos detidos em agosto de 2014.
Segundo dados do ministério do Interior, cerca de 300 cidadãos do Kosovo se juntaram às fileiras jihadistas no Iraque e na Síria. Quinze teriam morrido.