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EUA: Departamento de Justiça abre investigação sobre polícia de Baltimore

Denúncias de uso excessivo da força, às vezes letal, apreensões e prisões ilegais, e práticas de discriminação por parte dos policiais de Baltimore estarão no centro da investigação



A investigação se centrará em denúncias de uso excessivo da força, às vezes letal, apreensões e prisões ilegais, e práticas de discriminação por parte dos policiais de Baltimore, segundo a secretária.

Lynch mostrou-se decidida, diante da delicadeza do tema e em uma de suas primeiras apresentações perante jornalistas, afirmando que a morte de Gray havia provocado uma "séria erosão da confiança da população".

"Nosso objetivo é trabalhar com a comunidade, com funcionários públicos e agentes da lei para criar uma Baltimore melhor e mais forte", afirmou.

"Os desafios que nós e Baltimore enfrentamos não foram criados em um dia e a mudança não chegará de um dia para o outro. Levará tempo e um esforço sustentado", acrescentou.

A prefeita de Baltimore, Stephanie Rawlings-Blake, deu as boas-vindas a esta investigação."Nossa cidade faz avanços para consertar a relação fraturada entre a polícia e a comunidade, mas reformas mais ousadas são necessárias e não fugiremos destes desafios", disse Rawlings-Blake.

O drama em Baltimore é o mais recente de vários casos de mortes de negros desarmados pelas mãos da polícia, como ocorreu em Ferguson (centro) e Nova York (leste), seguidos também de manifestações nas ruas.

Em Ferguson, o oficial branco envolvido na morte de um jovem negro não foi acusado, mas um documento do Departamento de Justiça apontou que o departamento policial predominantemente branco da cidade aplicava discriminação racial e múltiplas violações dos direitos constitucionais dos habitantes.

"Tivemos algumas situações que evidenciam a fratura em várias comunidades. Em diferentes partes do país, em cidades de todos os tamanhos", disse a secretária.

Segundo Lynch, os problemas "vão além da interação entre a polícia e a comunidade" e radicam no acúmulo de anos de desconfiança, frustração e raiva.

"Falamos de gerações de desconfiança e gerações de comunidades que se sentem totalmente separadas do governo", acrescentou."Foi isso o que vimos em Baltimore nesta infeliz noite de violência", declarou.