Agência France-Presse
postado em 08/05/2015 17:12
Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, e seu colega chinês, Xi Jinping, cujos países sofreram grandes perdas humanas durante a Segunda Guerra Mundial, demonstraram nesta sexta-feira sua amizade na véspera das comemorações, em Moscou, dos 70 anos da vitória soviética sobre a Alemanha de Hitler.
"Nesta guerra, nossos países sofreram as piores perdas. É por isso que somos contra toda tentativa de falsificação da História e (...) da reabilitação de fascismo e do militarismo", declarou o presidente russo, após um encontro com o chefe de Estado chinês.
"Nossos povos lembrarão sempre da História (...) e se pronunciam contra a sua falsificação", acrescentou Xi Jinping, que chegou pela manhã a Moscou, onde são concluídos os detalhes da parada militar sem precedentes, previsto para o sábado na Praça Vermelha.
O dirigente chinês elogiou a "forte amizade" entre os dois países, "nascida nos combates" da Segunda Guerra Mundial, quando a Rússia lutava contra os alemães e a China enfrentava a agressão japonesa.
A URSS, da qual a Rússia é herdeira, perdeu pelo menos 25 milhões de pessoas, e a China, mais de 20 milhões, segundo cientistas chineses.Moscou e Pequim comemoram este aniversário "não para odiar outros países, mas para prestar uma homenagem aos heróis caídos, para imortalizar sua memória na história para que a tragédia da guerra não se repita jamais", destacou Xi Jingping.
Por ocasião desta visita, Pequim e Moscou assinaram quatro dezenas de documentos (acordos, associações, etc.) nos âmbitos energético, aéreo, financeiro e espacial.
Entre os acordos assinados estavam, ainda, um pacto de "reforço da aliança global" entre a China e a Rússia, e um sobre a cooperação entre a União Econômica Eurasiática, formada por Rússia, Belarus e Cazaquistão, e o cinturão econômico da Rota da Seda, projetado pela China.
A China é "o principal aliado estratégico" da Rússia, afirmou Vladimir Putin, agradecendo a Xi Jinping pela "atenção pessoal permanente" ao bom desenvolvimento das relações bilaterais entre os dois países.
No sábado, o presidente chinês assistirá à parada militar na Praça Vermelha, ao lado dos colegas cubano, Raúl Castro, e indiano, Pranab Mukherjee.No total, uns 20 chefes de Estado e de governo assistirão às comemorações, assim como o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.