Mundo

Atriz Natalie Portman diz se sentir nervosa por morar em Paris sendo judia

"Mas também me sentiria nervosa se fosse um homem negro neste país (os Estados Unidos). Eu me sentiria nervosa se fosse muçulmana em muitos lugares", completou a atriz

Agência France-Presse
postado em 08/05/2015 18:19

Los Angeles - A atriz de Hollywood, nascida em Israel, Natalie Portman diz se sentir nervosa sendo uma judia na França, para onde se mudou no ano passado, dois meses antes dos atentados contra o semanário satírico Charlie Hebdo, em Paris.

Em entrevista à revista Hollywood Reporter, a atriz, de 33 anos, disse que morar em Paris fez com que se desse conta da profundidade das diferenças culturais entre os Estados Unidos e a França.



"Tem sido muito interessante. Estive em Paris tantas vezes na minha vida que sentia (no começo) que era similar", disse a ganhadora do Oscar à revista especializada no mundo dos espetáculos em entrevista em Los Angeles, Califórnia (oeste dos EUA). "Mas quando você mora no local, começa a se dar conta da profundidade das nossas diferenças culturais", disse Portman.

Quando perguntada se se sentia nervosa sendo uma judia em Paris, ela respondeu que sim. "Mas também me sentiria nervosa se fosse um homem negro neste país (os Estados Unidos). Eu me sentiria nervosa se fosse muçulmana em muitos lugares".

Também disse se sentir "muito incomodada e decepcionada" com a reeleição de Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro de Israel, cujos "comentários racistas" considera "horrendos".

Portman ganhou o Oscar e o Globo de Ouro de melhor atriz por seu papel em "Cisne Negro" (2010). Durante as filmagens do longa, ela conheceu o bailarino e coreógrafo francês Benjamin Millepied, que se tornou seu marido e pai de seu filho Aleph, de 3 anos.

Os dois se casaram em 2012 e se mudaram para Paris em novembro passado, quando Millepied conseguiu um trabalho com o Balé da Ópera de Paris. Dois meses depois, jihadistas lançaram um ataque na redação e nos arredores do semanário satírico Charlie Hebdo.

Portman estava viajando na época, mas lembrou quando soube da notícia.

"Eu estava com alguém que via o noticiário e disse para mim mesma, ;Meu Deus, atacaram Paris;", comentou. Depois, o entrevistador perguntou se ela se sentiu alterada e ela respondeu: "Olha... Eu sou de Israel".

Portman, que se descreve como "bastante esquerdista", disse achar fascinante a política francesa e, em particular, a cultura dos trabalhadores, que entram em greve em um país governado por socialistas.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação