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Candidato conservador de oposição lidera eleição na Polônia

Segundo a pesquisa, Duda tem 34,8% dos votos e enfrentará no segundo turno, em 24 de maio, o presidente em final de mandato Bronislaw Komorowski, com 32,2%.

Agência France-Presse
postado em 10/05/2015 17:43
O candidato conservador de oposição Andrzej Duda lidera o primeiro turno da eleição presidencial na Polônia, realizado neste domingo, revela uma pesquisa de boca de urna publicada às 19H00 GMT (16H00 Brasília).

Segundo a pesquisa, Duda tem 34,8% dos votos e enfrentará no segundo turno, em 24 de maio, o presidente em final de mandato Bronislaw Komorowski, com 32,2%.

O roqueiro Pawel Kukiz surge na terceira posição, com 20,3% dos votos, de acordo com a pesquisa, realizada pela TV estatal polonesa.

Bronislaw Komorowski qualificou o resultado como "uma séria advertência" para o governo e anunciou que apresentará uma série de propostas para "os que esperam mudanças mais rápidas, uma modernização mais rápida do país".

Duda, candidato do partido Direito e Justiça (PiS), dirigido por Jaroslaw Kaczynski, foi ovacionado pelos militantes após a divulgação dos resultados da boca de urna.

O líder opositor destacou que seu objetivo é a "renovação" da Polônia em várias áreas, como saúde, economia e educação.

Komorowski, 62 anos, presidente de centro-direita, foi até poucos meses o grande favorito para vencer a eleição. Mas após uma campanha morna, as pesquisas mostravam que a diferença para seu adversário não era assim tão ampla: ele tinha entre 35 e 40% dos eleitores, contra 27 a 29% para Duda, um advogado de 42 anos.

Pawel Kukiz, que defendeu explodir o sistema político em vigor, aparecia com 15% das intenções de voto.


- Poderes limitados -

Os poderes do chefe de Estado são limitados na Polônia, um país de 38 milhões de pessoas, peso pesado econômica e político na Europa Central e membro da União Europeia desde 2004.

O presidente porém dirige a política externa e de defesa. Além disso, dispõe de prerrogativas legislativas e pode vetar as leis adotadas.

"A campanha eleitoral confirmou uma divisão entre as pessoas que se beneficiaram com os 25 anos desde a queda do comunismo, em 1989, e aqueles que se sentem perdedores", explica o cientista político Eryk Mistewicz.

"Bronislaw Komorowski é o único candidato que pensa que a Polônia tem beneficiado muito com a liberdade, enquanto os outros representam o descontentamento", acrescenta.

Komorowski foi eleito para um primeiro mandato em 2010, e tem o apoio do partido Plataforma Cívica (PO), no poder há oito anos.

Para seus eleitores, representa estabilidade. Portanto, os partidários da mudança olham para a oposição, contrária à política liberal e pró-europeia do governo.

Komorowski, ex-ministro da Defesa, construiu sua campanha em torno da segurança, em um contexto de tensões com a Rússia sobre o conflito na Ucrânia.

O conservador Andrzej Duda optou por questões sociais e prometeu aos poloneses uma agenda política que traga grandes benefícios.

Poucos dias antes da eleição, Duda ganhou o apoio do importante sindicato Solidariedade. Ao longo de sua campanha, o candidato expressou seu apego à Igreja Católica, muito poderosa na Polônia.

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