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EUA desmentem artigo sobre papel do Paquistão em morte de Bin Laden

O jornalista americano, Seymour Hersh, afirma que governo colaborou com serviços de inteligência paquistaneses para realizar intervenção das forças especiais contra residência na qual se escondia o líder da Al-Qaeda

Agência France-Presse
postado em 11/05/2015 15:29

Washington - A Casa Branca rejeitou de forma categórica nesta segunda-feira as afirmações "sem fundamento" do jornalista americano Seymour Hersh, que afirmou que o governo americano mentiu a respeito das condições nas quais matou em maio de 2011 Osama Bin Laden no Paquistão.

"Há muitas inexatidões e afirmações sem fundamentos neste artigo para responder ponto por ponto", afirmou Ned Price, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional (NSC).

No último domingo (11/5), Hersh revelou que a operação foi trabalho conjunto entre os governos dos Estados Unidos e do Paquistão, que teria mantido o líder da Al-Qaeda prisioneiro desde 2006.

Na versão oficial da Casa Branca, Bin Laden estava foragido e se escondia na cidade de Abottabad, no norte do Paquistão. De acordo com o relato de Hersh, as autoridades paquistanesas mantinham Bin Laden preso para ser usado em negociações com dois grupos terroristas que atuam no país, a Al-Qaeda e o Talibã. O paradeiro do líder teria sido revelado ao governo americano por um oficial de inteligência paquistanês em troca de recompensa de US$ 25 milhões.

A operação, segundo Hersh, não foi uma situação de perigo para os oficiais da marinha americana, mas um cenário controlado. Havia um combinado com as autoridades do Paquistão para que não interferissem; um oficial do país acompanhou os agentes dos Estados Unidos durante a missão para mostrar o caminho dentro da mansão em que Bin Laden estava. Hersh também afirma que, durante os cinco anos em que o terrorista ficou escondido em Abottabad, os gastos foram financiados pela Arábia Saudita, país de origem de Osama.


Ao reafirmar que esta investigação foi "uma operação americana de cabo a rabo", Ned Price ressalta que "apenas um pequeno círculo" de autoridades americanas estava ciente e que o presidente Barack Obama havia decidido, desde o início, não informar outros governos, incluindo o paquistanês.

Seymour Hersh se destacou no passado, entre outros, por ter revelado dados sobre o massacre de My Lai durante a guerra do Vietnã o escândalo da prisão de Abu Ghraib no Iraque, mas as controvérsias que vários de seus artigos recentes geraram afetaram sua imagem nos Estados Unidos.

Polêmica antiga

Em 2012, o WikiLeaks divulgou ao jornal espanhol Público e-mails que contestam a versão oficial da disposição do corpo de Bin Laden. A empresa privada de segurança, a Stratfor global intelligence, conhecida como ;CIA na sombra;, foi o alvo do vazamento. Um dos diretores, Fred Burton, enviou mensagem dizendo que fora informado que ;trouxemos o corpo. Graças a Deus;. O e-mail estava intitulado como OBL. Ainda de acordo com as informações vazadas no WikiLeaks, o corpo teria sido transportado em um avião da CIA. Na versão oficial relatada em 2011

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