Agência France-Presse
postado em 11/05/2015 18:43
Cairo - O primeiro-ministro egípcio, Ibrahim Mahlab, anunciou nesta segunda-feira que tinha "aceitado a demissão" de seu ministro da Justiça, depois que este afirmou que a função da magistratura devia ficar reservada a uma elite.A função de juiz é muito "prestigiosa" para ser confiada ao filho do varredor, avaliou o ministro Mahfuz Saber no domingo em declarações a uma emissora de televisão, que deram origem a uma corrente de críticas nas redes sociais.
"O governo respeita a todos os componentes da sociedade e especialmente aqueles que exercem trabalhos manuais, que contribuem para construir o futuro do país", insistiu o chefe de governo em Paris, onde está em visita oficial de três dias, segundo a agência oficial de notícias Mena.
Segundo Mahlab, o ministro da Justiça decidiu se demitir "em respeito à opinião pública". O ofício de magistrado é "prestigioso e tem um certo status", o candidato deve vir de "meio respeitável", declarou à televisão. Perguntado pelo jornalista sobre a possibilidade de que o filho de um varredor exercesse esta função, o ministro respondeu que neste caso, ele "cairia em depressão e a deixaria".
Mensagens de indignação não demoraram em se multiplicar no Twitter, com uma campanha pedindo a expulsão do ministro.Em 2014, as candidaturas de 138 aspirantes a trabalhar na magistratura egípcia foram descartadas porque seus pais não tinham diploma de ensino superior.