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Rússia e EUA mostram sinais de entendimento após reunião em Sochi

Kerry alertou contra o potencial "extremamente destrutivo" de toda operação militar do Exército ucraniano e dos separatistas pró-russos na Ucrânia

Agência France-Presse
postado em 12/05/2015 19:46
O secretário americano de Estado, John Kerry, se reuniu nesta terça-feira com o presidente russo, Vladimir Putin, e com seu chanceler, Sergei Lavrov, na cidade de Sochi, em uma jornada que permitiu um "melhor entendimento" bilateral.

O encontro levou a um "melhor entendimento, mas não estivemos sempre de acordo durante nossa conversa", declarou Lavrov, enquanto Kerry estimou que as sanções contra a Rússia podem ser suspensas "se e quando" ocorrer um cessar-fogo pleno na Ucrânia.

Kerry alertou contra o potencial "extremamente destrutivo" de toda operação militar do Exército ucraniano e dos separatistas pró-russos na Ucrânia.

O encontro de Kerry com os líderes russos, à margem do Mar Negro, estendeu-se por oito horas.

O líder da diplomacia americana, que deve viajar na quarta-feira a Antalya, na Turquia, para a Cúpula da Otan, expressou que há uma "necessidade urgente" para os Estados Unidos de cooperar com a Rússia diante dos desafios globais.

Já Lavrov declarou "compreender a necessidade de se evitar passos que possam infligir danos a longo prazo nas relações bilaterais" entre as duas potências em diversos temas.

As duas potências atravessam seu pior momento nas relações bilaterais desde o fim da URSS, em 1991. A viagem de Kerry à residência de verão de Putin foi a primeira de um alto funcionário americano à Rússia desde o início do conflito na Ucrânia.

Moscou e Washington se concentrarão em atingir um único objetivo: "conseguir que aqueles que firmaram os acordos de 12 de fevereiro (em Minsk) os respeitem", disse o chanceler russo.

Sobre a Síria, outro tema em discussão, Kerry afirmou que "todos entendem que a unidade (...) é chave para um bom acordo". "Rússia e Estados Unidos são aliados neste esforço".

- Relações deterioradas -

As relações entre Moscou e Washington se deterioraram após a anexação da Crimeia pela Rússia e diante do conflito no leste da Ucrânia entre o governo em Kiev e os separatistas pró-Moscou.

Antes do encontro, qualificado de "franco" por fontes diplomáticas das duas potências, a Rússia destacou sua disposição de manter uma "cooperação construtiva" mas sem "coerções".

"A Rússia está disposta a uma cooperação construtiva com os Estados Unidos (...) mas tal cooperação será possível apenas sobre uma base justa e equitativa", destacou a chancelaria em Moscou.

A crise diplomática atual "não é nossa responsabilidade", acrescentou Moscou.

O comunicado não fez menção às discussões sobre o programa nuclear iraniano, cujo acordo definitivo deve ser alcançado antes de 30 de junho.

Moscou se queixa das sanções impostas por Estados Unidos e Europa por seu papel na crise ucraniana, e Washington afirma que a Rússia não aplica estritamente o acordo de cessar-fogo negociado em Minsk para acabar com um conflito que já deixou 6.100 mortos e ao menos um milhão de deslocados.

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