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'Argentina não teme ameaças dos abutres', diz Cristina Kirchner

A Argentina nega a acusação, argumentando que se trata de uma dívida doméstica emitida em moeda estrangeira e paga no país, em uma operação direta sem bancos intermediários.

Agência France-Presse
postado em 12/05/2015 21:14
A presidente argentina, Cristina Kirchner, pediu nesta terça-feira que se ignore qualquer ação intimidadora dos fundos especulativos que buscam cobrar na justiça pelos títulos, e reafirmou que seu governo quer pagar a todos os credores.

"Argentinos, não tenhamos medo, porque sempre nos meteram medo de que se não pagássemos os abutres não teríamos acesso aos mercados", disse Kirchner em um ato na Casa Rosada.

Os fundos NML Capital e Aurelius pediram na justiça americana o bloqueio do pagamento dos bônus locais Bonar 2024, por entender que representam uma emissão da dívida externa e que, portanto, violam os termos da sentença a seu favor.

A Argentina nega a acusação, argumentando que se trata de uma dívida doméstica emitida em moeda estrangeira e paga no país, em uma operação direta sem bancos intermediários.

A Argentina insiste em sua vontade de pagar, nos mesmos termos oferecidos aos credores que aderiram à reestruturação da dívida.

"Queremos pagá-los, mas não a taxas usurárias, que não estamos dispostos a pagar porque temos muita dignidade nacional", disse a mandatária.

"Nós queremos pagar a todos e aos poucos que não chegaram a um acordo, apenas 7%. Mas queremos pagá-los em condições justas, equitativas e igualitárias, como fizemos também com os que confiaram em nós nas reestruturações anteriores de 2005 e 2010", disse Kirchner.

A Argentina mantém um litígio com fundos especulativos que ganharam um processo em um tribunal de Nova York. A decisão prevê o pagamento de 1,33 bilhão de dólares pelo governo argentino aos fundos.

Embora o país tenha normalizado 93% da sua dívida pública, o destino dos 7% restantes, nas mãos de credores que rejeitaram a reestruturação de 2005 e 2010, virou objeto de batalhas judiciais.

Na segunda-feira o ministério da Economia argentino afirmou em um comunicado que a ação dos fundos especulativos representa "uma nova tentativa de extorsão, que tem como objetivo "continuar gerando incerteza no mercado para prejudicar a República e os credores".

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