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Campanha quer estampar ex-escrava Harriet Tubman na nota de US$ 20

Mais de 600 mil pessoas participaram da enquete para homenagear uma mulher na nota. A segunda finalista foi Eleanor Roosevelt



Não é todo dia que se discute uma homenagem a uma mulher negra, muito menos uma ex-escrava. Muito, muito menos para estampar uma nota de dólar. A organização sem fins lucrativos Women On 20s lançou uma petição para que o rosto da abolicionista do século 19 Harriet Tubman figure em notas de dólar, território até então restrito a rostos como Thomas Jefferson, Abraham Licoln e outros ex-presidentes.

No começo do ano, a organização fez uma campanha para substituir o ex-presidente Andrew Jackson por uma mulher nas notas de US$ 20. Celebridades como Susan Sarandon e Ellen Degeneres postaram fotos nos perfis em redes sociais apoiando publicamente a causa. A escolhida, por votação online, foi Tubman, com 33,57% dos votos. Eleanor Roosevelt, primeira dama entre 1933 e 1945, ficou logo atrás, com 31,55%.

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Há dois meses, eles lançaram a primeira etapa da enquete online, com nome de quinze candidatas ; todas ativistas ou simplesmente personagens com alguma relevância na história do país. Na terça-feira (12/5), a votação ficou entre as finalistas Eleanor Roosevelt (defensora do New Deal e dos direitos humanos), Rosa Parks (ativista do movimento negro com Martin Luther King Jr.), Wilma Mankiller (primeira chefe indígena da Nação Cherokee) e Harriet Tubman, ex-escrava e líder abolicionista antes da Guerra Civil.

Tubman foi uma escrava que fugiu para o Norte, mas retornou dezenove vezes para buscar sua família e outros escravos no Sul (à época, apenas o Norte do país haviam abolido a escravidão). Ela ficou conhecida como ;Moisés de seu tempo;, por realizar a travessia do país e salvar escravos. Segundo seu perfil no site da organização, Thomas Garett, renomado abolicionista, branco e do Norte disse: ;Se ela fosse branca, teria ficado conhecida como a mulher mais importante de sua época;.

Woman On 20s explica que a nota foi escolhida por um motivo bem específico: o centenário da emenda sufragista, que permitiu o voto feminino, será em 2020. Além disso, existem algumas polêmicas em torno do 7; presidente, Andrew Jackson. Ele teria impulsionado uma lei que prejudicou indígenas americanos (Indican Removal Act, em 1830), além de ter sido um forte opositor do dinheiro como papel ou moeda, ironicamente.