Agência France-Presse
postado em 19/05/2015 17:18
Santiago - A justiça chilena reabriu, nesta terça-feira, a investigação sobre a morte do ex-presidente Eduardo Frei Montalva, que teria sido envenenado por agentes da ditadura do falecido ditador Augusto Pinochet, em 1982.A decisão foi tomada pela Corte de Apelações de Santiago cinco meses depois de o juiz titular do caso, Alejandro Madrid, ordenar o encerramento das investigações, após limitar as diligências.
Segundo a decisão desta terça-feira, a reabertura da investigação foi determinada após a acolhida de uma petição da parte demandante para o interrogatório de novas testemunhas e outras diligências.
No âmbito da investigação, o juiz Madrid acionou dois agentes da Central Nacional de Informações (CNI), polícia política da ditadura Pinochet (1973-1990) e quatro médicos que atenderam o ex-presidente (1964-2000) na clínica, em Santiago, onde ele morreu em 1982.
As investigações conseguiram determinar que a morte do ex-presidente Frei Montalva (1964-1970) ocorreu por um lento envenenamento, perpetrado por agentes da ditadura, depois que o ex-presidente se submeteu a uma cirurgia de hérnia em uma clínica particular de Santiago.
Os dois agentes da CNI, Luis Becerra Arancibia e Raúl Lillo Gutiérrez, foram acusados de ser os autores do assassinato de Frei.
Enquanto isso, os médicos Patricio Silva e Pedro Valdivia foram apontados como cúmplices, e os doutores Helmar Rosenberg e Sergio González como acobertadores.
Todos os acusados se encontram em liberdade sob fiança.
Frei Montalva, pai do também ex-presidente Eduardo Frei Ruiz Tagle (1994-2000), era um opositor declarado de Pinochet em um momento em que a ditadura era duramente questionada. Durante o regime militar de Pinochet, morreram mais de 3.200 pessoas e 38.000 foram torturadas.