Washington - Estados Unidos e Cuba estão mais perto do que antes de um acordo sobre o restabelecimento de suas relações diplomáticas, disse nesta terça-feira uma alta fonte da chancelaria americana, apenas dois dias antes da quarta reunião bilateral.
"Inicio cada uma destas reuniões sentindo-me otimista. Penso que estamos mais perto do que estivemos no passado e entendo que os negociadores cubanos vêm com o desejo de completar o processo", disse a fonte, que pediu para ter sua identidade preservada.
[SAIBAMAIS]
Americanos e cubanos celebrarão nesta quinta-feira, em Washington, a quarta reunião de alto nível para avançar ao restabelecimento das relações diplomáticas, depois do histórico anúncio de 17 de dezembro sobre a decisão dos dois países de deixar para trás meio século de ruptura.
Segundo o diplomata, Washington tem "algumas demandas que precisam que sejam atendidas e por isso teremos que ver se podemos completar o processo nesta rodada de negociações. Sem dúvida, espero que possamos fazê-lo".
A lista de questões a tratar "está ficando mais curta", disse a fonte, para quem o avanço das conversações significa que as demandas estão sendo atendidas.
"Fizemos avanços e a lista vai se completando. Da nossa perspectiva, tudo o que temos que fazer é sentar e alcançar acordos", comentou a fonte.
Caso os dois países alcancem um acordo que permita anunciar o restabelecimento das relações diplomáticas, disse a fonte, a Casa Branca estará em condições de notificar o Congresso a mudança no caráter da atual Seção de Interesses em Havana a uma embaixada plena.
Para a fonte diplomática americana, esta passagem constitui estritamente uma notificação e o Congresso não tem condições de bloqueá-lo.
Na véspera, Gustavo Machín, vice-diretor do departamento dos Estados Unidos na chancelaria cubana, antecipou em Havana que a reunião desta quinta-feira, em Washington, se concentraria em discutir o "funcionamento das missões diplomáticas e (o) comportamento de seus funcionários".
No encontro, disse o alto funcionário, Cuba insistirá na observância das normas previstas na Convenção de Viena sobre relações diplomáticas, assim como princípios contemplados na Carta das Nações Unidas.
A reaproximação entre os vizinhos e adversários permitiu um histórico encontro - com aperto de mãos inclusive - entre Barack Obama e Raúl Castro durante a Cúpula das Américas, celebrada em abril passado no Panamá.