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Juízes diminuem pena de estuprador porque vítima de 6 anos seria gay

Crime ocorreu na Argentina; mas juristas entenderam que o crime não seria grave porque o menino apresenta "tendência ao travestismo"

postado em 20/05/2015 18:06
A decisão de dois juízes argentinos de reduzir a pena de um homem que abusou sexualmente de um menino de seis anos tem gerado polêmica no país. Horacio Piombo e Ramon Sal Llaqués justificaram a decisão alegando que a criança "apresentou uma tendência ao travestismo" e por isso o fato não seria tão grave.

O acusado, Mario Tolosa, era dirigente do clube onde a criança jogava futebol em 2010, na cidade de Vicente López. Ele foi julgado e condenado pelo crime de estupro, mas essa não foi a primeira vez que o menino foi abusado sexualmente, ele já tinha passado por uma situação igual com o pai. No entendimento dos juízes, o garoto estava acostumado aos abusos e o acusado não deveria ser condenado a uma pena tão severa.



Em resposta às críticas, o juiz Piombo explicou que o primeiro abuso - cometido pelo pai da criança - desqualificou o crime seguinte. "Ele já havia sofrido o impacto do crime gravemente ultrajante que é a iniciação provocada pelo pai. Isso simplesmente havia ocorrido e como consequência dessa experiência o menor apresentou uma tendência ao travestismo", disse o jurista à rádio La Red.

A família do menino se mostrou totalmente contrária à decisão. "Ele estuprou um menino e dizem que ele é inocente porque o menino é gay. Mesmo que ele seja, é normal ser violado?", argumentou a tia ao jornal La Nacion. "Não vamos ficar de braços cruzados, iremos até o fim", completou.

O promotor Carlos Altube informou que foi aberto um recurso para que o Supremo Tribunal Federal de Buenos Aires analise a sentença e investigue os juízes.

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