postado em 25/05/2015 08:00
[FOTO1];Ide e fazei discípulos entre todas as nações;, foi a orientação dada a milhões de católicos pelo papa Francisco, no Rio de Janeiro, ao encerrar a Jornada Mundial da Juventude, em julho de 2013. Passados quase dois anos do evento, marco inicial do pontificado, as articulações internacionais da Santa Sé indicam que o papa seguiu as próprias recomendações. Sem medo de advogar pelas ;periferias do mundo; e de envolver-se em temas sensíveis da geopolítica, Francisco exercitou os músculos diplomáticos do Vaticano e apresentou avanços significativos para o cenário internacional. Embora a participação decisiva na histórica reaproximação entre Estados Unidos e Cuba e o reconhecimento formal do Estado palestino pela Santa Sé sejam considerados frutos de políticas anteriores a Francisco, o peso dessas ações cria expectativas quanto às próximas conquistas diplomáticas do primeiro papa latino-americano.
Desde que o carismático João Paulo II (1978-2005) ergueu a voz pelo fim da Guerra Fria, a atuação do Vaticano esteve em menor evidência. Apesar de a chancelaria da Santa Sé manter as articulações durante o pontificado de Bento XVI (2005-2013), Anna Carletti, vaticanista e professora de relações internacionais da Universidade Federal do Pampa, observa que a Igreja passou por um período de introspecção, agravado pelos escândalos de pedofilia e corrupção. Ela avalia, no entanto, que o pontificado de Francisco se diferencia muito dos anteriores e sinaliza um momento de ruptura.
A estudiosa observa que o fato de o papa ser o primeiro não europeu traz uma nova dinâmica à Santa Sé. ;É o primeiro papa que não tem a dívida moral com os Estados Unidos, criada no pós-Segunda Guerra Mundial;, argumenta. ;Ele tem toda a consciência do que significou a opressão norte-americana no continente. Isso marca toda uma visão diferente do mundo.;
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.