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México nega abuso da força em tiroteio que deixou 42 mortos

Outras provas de balística estabeleceram que os mortos foram baleados a distância e de cima, o que aponta para o fogo aéreo, do helicóptero

Agência France-Presse
postado em 25/05/2015 21:17

México, México - Os 42 supostos criminosos mortos em um tiroteio com as forças de segurança na sexta-feira passada, no oeste do México, receberam instruções para se render, afirmou nesta segunda-feira o comissário nacional de Segurança, Monte Alejandro Rubido, ao rejeitar as acusações de brutalidade policial.

Como ocorreu apenas uma morte do lado da polícia, parentes dos supostos criminosos e especialistas em segurança colocaram em dúvida a versão oficial do que houve em um rancho de Tanhuato, no estado de Michoacán. Em entrevista coletiva, Rubido explicou que três dos pistoleiros se entregaram, enquanto os demais continuaram atirando.

O tiroteio durou mais de três horas e a polícia teve o apoio de um helicóptero de combate, disse Rubido."Foi uma situação na qual um grupo de criminosos tomou a decisão de confrontar as forças da ordem, de não se submeter às mesmas (...). Não houve outra alternativa que repelir uma agressão iniciada por eles mesmos".

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"Atiravam, corriam, se escondiam. Foi algo intermitente mas longo". Os 42 corpos tinham resíduos nas mãos que confirmam que dispararam armas de fogo, acrescentou Rubido.

Outras provas de balística estabeleceram que os mortos foram baleados a distância e de cima, o que aponta para o fogo aéreo, do helicóptero.

Na sexta-feira, especialistas apontaram que havia mais mortos que armas de fogo apreendidas, mas Rubido afirmou que foram encontradas 45 armas no total.

Dois dos detidos declararam ser membros do Cartel Jalisco Nova Geração, que matou ao menos 28 soldados e policiais desde março passado, desafiando o governo.

Familiares dos mortos declararam à imprensa que muitos eram camponeses do vizinho estado de Jalisco e que estavam em Michoacán em busca de trabalho.

Especialistas afirmam que o governo deve demonstrar que não se trata de outro caso de execuções extrajudiciais, como o de Tlatlaya, apresentado há um ano pelo Exército inicialmente como um confronto que resultou em 22 supostos sequestradores mortos e nenhuma baixa militar. Depois, soube-se que muitos criminosos foram executados já rendidos.

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