Agência France-Presse
postado em 26/05/2015 14:15
Ramallah - A Autoridade Palestina criticou nesta terça-feira a suposta intenção do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu de negociar a anexação dos assentamentos construídos na Cisjordânia ocupada.O jornal Haaretz citou "uma fonte israelense", que se referiu a uma reunião na semana passada entre Netanyahu e a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, para abordar a retomada das negociações de paz.
O objetivo do primeiro-ministro israelense, reeleito recentemente, é redesenhar as fronteiras da anexação dos blocos de assentamentos como parte de um acordo de paz."O primeiro-ministro explicou que desta forma seria claro para Israel em que partes da Cisjordânia poderá continuar a construir", relatou o jornal.
O negociador palestino Saeb Erekat considerou a ideia como "totalmente inaceitável"."A proposta de Netanyahu de discutir as fronteiras dos blocos de assentamentos é uma tentativa de legitimar os assentamentos", declarou.
"As fronteiras que devem ser definidas são as do Estado internacionalmente reconhecido da Palestina com base nas fronteiras de 1967".Para Hanan Ashraui, uma autoridade palestina, a proposta atribuída a Netanyahu é "uma intenção desonesta e manipuladora"."Todas as colônias são ilegais e uma violação flagrante do direito internacional e de consenso", estimou em um comunicado.
O porta-voz da presidência palestina, Nabil Abu Rudeina, exigiu por sua vez a interrupção total da colonização, e estimou em um comunicado que "qualquer negociação deve ser baseada no reconhecimento das fronteiras de 1967 e de Al-Qods (Jerusalém, em árabe) como capital do Estado palestino independente".A comunidade internacional considera ilegal a colonização, ou seja, a construção de casas nos territórios ocupados ou anexados por Israel desde 1967.