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Fifagate: PF faz busca no escritório do ex-presidente do Flamengo

Agentes cumprem ordem a pedido da Justiça americana em endereços de Kléber Leite, que disputou direitos de transmissão com Traffic, investigada em esquema de propina

Cida Barbosa, Eduardo Militão
postado em 28/05/2015 08:11
Como reflexo das investigações do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ), a Polícia Federal brasileira cumpre, desde a tarde desta quarta-feira (27/5), mandado de busca e apreensão no escritório da empresa Klefer, do ex-presidente do Flamengo Kléber Leite, no bairro Botafogo, no Rio de Janeiro. Os agentes cumprem ordem do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça, que recebeu pedido da Justiça norte-americana. A solicitação passou antes pela 9; Vara Federal do Rio, segundo fontes relataram ao Correio. Tudo aconteceu menos de dez horas depois do pedido dos EUA.

A Klefer entrou em litígio com a Traffic, empresa de José Hawilla investigada nos EUA em esquema de propinas por direitos de transmissão de jogos de futebol. A disputa era justamente por direitos de TV da Copa do Brasil. As duas firmas fecharam um acordo posteriormente. Hawilla fez acordo de colaboração premiada com as autoridades americanas, confessou crimes e pagou multa de US$ 151 milhões.

[SAIBAMAIS]A reportagem procurou Kleber Leite, mas seu telefone celular não atendeu as ligações na noite de hoje. Porém, ele concedeu entrevista a jornalistas do Rio, afirmando que não há nada irregular em sua atuação e que a única coisa que fez foi prestar ;socorro; à empresa de Hawilla. ;Jamais usamos deste expediente (propina) para obtenção de qualquer contrato ao longo dos 32 anos de vida da Klefer;, escreveu posteriormente, em nota.



Kléber Leite disse que os policiais levaram documentos, mídia e até seu aparelho de telefone. Ele afirmou aos jornalistas não estar preocupado: ;Quem não deve não teme; . Na nota, o empresário ainda criticou a postura de Hawilla, seu sócio na divisão de direitos de transmissão da Copa do Brasil. ;Passou por momentos difíceis em função de grave doença;, disse ele depois, ao publicar nota sobre o caso. ;A cabeça dele deve ter sido afetada. A cabeça, o caráter e, principalmente, o sentimento de gratidão.;

Novos documentos
Os delegados e agentes da PF começaram a ação por volta das 17h. O trabalho terminou às 20h30 aproximadamente. Eles estavam acompanhados de quatro procuradores do Ministério Público designados pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot: José Gomes Schetino, Marcello Paranhos Miller, Carlos Bruno Ferreira da Silva e Vladimir Aras, os três últimos da secretaria de Cooperação Internacional da Procuradoria Geral da República. Depois que o pedido dos EUA chegou ao DRCI, foi enviado ao Ministério Público, que solicitou as buscas à 9; Vara Federal do Rio, que autorizou as medidas.

As autoridades da PF e do MPF aguardam a chegada de novos documentos dos Estados Unidos e da Suíça. Não estão descartadas, porém, novas ações policiais relacionadas ao ;Fifagate; também na quinta-feira (28).

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