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Estudo estima em 1,6 bilhão de euros custo anual da prostituição na França

De acordo com este estudo, financiado pela CE, cerca de 37.000 pessoas se prostituem no país, das quais a grande maioria (62%) através da internet

Paris - A prostituição custa 1,6 bilhão de euros por ano para a sociedade francesa, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira que reforça a posição daqueles a favor da sua abolição e da penalização dos clientes.

Este estudo, realizado por uma associação que apoia as prostitutas, "Movimento do Ninho", e pela sociedade Psytel, é considerado uma resposta à Comissão Europeia (CE) que propôs em 2014 aos Estados-membros incluir no cálculo de seu PIB a prostituição, o que a França rejeitou.

A investigação procurou estabelecer os custos econômicos e sociais da prostituição, "atacando o mito de uma prostituição criadora de crescimento", explicam os autores do estudo que identificaram "29 itens de despesas", principalmente baseadas em dados nacionais, estudos e pesquisas existentes, análises de especialistas e entrevistas com prostitutas.



De acordo com este estudo, financiado pela CE, cerca de 37.000 pessoas se prostituem na França, das quais a grande maioria (62%) através da internet.

Os autores estimam em 3,2 bilhões de euros o volume de negócios da prostituição, com base no número estimado de prostitutas e sua alegada renda mensal. A média foi de cerca de ; 87.700.

Mas "o dinheiro dos clientes da prostituição é em grande parte retirado do circuito da economia clássica" e "enviado para o exterior", afirma o estudo, que calcula em 853 milhões de euros a evasão fiscal do setor.

Em comparação, os gastos sociais (abrigos de emergência, benefícios sociais, ações preventivas, etc.) dos quais beneficiam as prostitutas foram estimados entre 50 e 65 milhões de euros. Os autores estimam em 311 milhões de euros o custo humano para as prostitutas, seis vezes mais expostas a violações do que a população em geral e doze vezes mais propensa ao suicídio.

As consequências sociais indiretas (filhos abandonados, homicídios e suicídios), as despesas de saúde, de polícia e justiça representam 427 milhões de euros, afirmam os autores, que lutam pela abolição da prostituição.