Agência France-Presse
postado em 29/05/2015 07:57
Abuja - O ex-general Mohamadu Buhari tomou posse como presidente da Nigéria nesta sexta-feira em Abuja, 32 anos depois de ter chegado ao poder pela primeira vez através de um golpe de Estado. Mohamadu Buhari, de 72 anos, sucede Goodluck Jonathan, na primeira alternância democrática na agitada história política do país desde sua independência.A Nigéria, de 173 milhões de habitantes, é o país mais populoso da África e a principal economia do continente.O novo presidente precisará enfrentar rapidamente vários assuntos importantes, desde a luta contra o grupo islamita Boko Haram até as graves dificuldades econômicas que o país atravessa.
Na cerimônia de transferência de poder estiveram presentes o secretário americano de Estado, John Kerry, assim como vários chefes de Estado africanos, incluindo Jacob Zuma (África do Sul) e Paul Kagame (Ruanda).
Desde que o regime civil foi restaurado, em 1999, após um longo período de ditaduras militares, o Partido Democrático Popular (PDP) do presidente em fim de mandato Goodluck Jonathan nunca havia deixado o poder.
Desde a independência do país, em 1960, a Nigéria registrou seis golpes militares. Após comandar uma junta militar entre 1983 e 1985, Buhari, de 72 anos, um muçulmano do norte da Nigéria, garantiu durante a campanha eleitoral que se converteu à democracia. Esta foi a quarta candidatura presidencial de Buhari desde 2003.
Na terceira tentativa, em 2011, ele foi derrotado por Goodluck Jonathan, um cristão do sul da Nigéria. Bola Tinubu, fundador e chefe do Congresso Progressista (APC), o partido de Buhari, afirmou que o governo combaterá sem descanso a insegurança, o declínio econômico e a corrupção.
O novo presidente se comprometeu a dirigir uma administração a serviço dos 173 milhões de nigerianos lutando contra a corrupção.Embora a Nigéria seja o primeiro produtor de petróleo do continente, com 70% de suas receitas procedentes da venda de petróleo, a queda dos preços e a escassez de combustível quase paralisaram o país.
O Estado parou de pagar os salários de milhares de funcionários, enquanto o valor da moeda local, a naira, registrou uma queda histórica.Por outro lado, as populações expostas à violência do Boko Haram no nordeste do país esperam que Buhari combata melhor que seu antecessor o grupo armado.
A insurreição e sua repressão pelas forças de segurança deixaram mais de 15.000 mortos desde 2009.Embora o exército nigeriano, ajudado pelas Forças Armadas de Camarões, Chade e Níger, tenha ganhado espaço desde fevereiro contra o movimento armado que jurou fidelidade ao grupo jihadista Estado Islâmico, os atos violentos e os atentados não pararam.