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Merkel disposta a ajudar Cameron a manter Reino Unido na União Europeia

A Alemanha teme ficar isolada como único grande país do norte dentro de uma UE dominada pelos países do sul.Na parte da manhã, na Polônia, a reunião centrou-se em questões econômicas



As modificações de tratados preocupam várias capitais, que temem que sejam impossíveis de implementar por falta de apoio público."A União Europeia mostrou no passado que, quando um Estado-membro tem um problema, ela pode ser suficientemente flexível, e tenho toda a confiança de que isso irá ocorrer novamente", disse Cameron.

Merkel lembrou que está fora de questão modificar o princípio da livre circulação de pessoas no interior da UE, ao passo que Cameron deseja limitar a imigração de países membros. No entanto, a chanceler lembrou que estava disposta a discutir formas de limitar o auxílio social para estrangeiros europeus, julgando que isso também era do interesse da Alemanha.

Muito hostil a uma saída do Reino Unido da União Europeia, Berlim compartilha uma proximidade ideológica com Londres em questões econômicas, principalmente sobre a necessidade de realizar reformas liberais, em favor da disciplina fiscal e da melhoria da competitividade, e para remover os obstáculos ao desenvolvimento do comércio mundial.

A Alemanha também teme ficar isolada como único grande país do norte dentro de uma UE dominada pelos países do sul.Na parte da manhã, na Polônia, a reunião centrou-se em questões econômicas.

Com cerca de um milhão de seus cidadãos trabalhando na Grã-Bretanha, a Polônia rejeita qualquer flexibilidade que possa dar lugar a uma eventual diferença de tratamento entre eles e os britânicos, enquanto Cameron defende este tipo de projeto.

Durante seu encontro com o primeiro-ministro britânico, Ewa Kopacz confirmou que "a Polônia rejeitará qualquer discriminação", indicou através de sua conta no Twitter o ministro polonês de Assuntos Europeus, Rafal Trzaskowski, que havia previsto uma conversa difícil sobre este ponto.

No entanto, o ministro ressaltou que Cameron e Kopacz "chegaram a um acordo sobre a desregulação dentro da UE, o reforço da concorrência e o papel dos parlamentos nacionais".

Em um comunicado publicado após o encontro, Downing Street indicou que os dois chefes de governo "concordaram que existem questões sobre a interdependência entre a livre circulação e os sistemas nacionais de proteção social que precisam ser debatidas".